Confiança, esperança e luta

Rui Fernandes (Membro da Comissão Política)

É crescente a instrumentalização dos problemas do País pelas forças e sectores reaccionários, inserida numa estratégia antidemocrática para retomar projectos de agravamento da exploração e de ataque à Constituição da República. São medidas para dificultar o protesto e proibir a luta social e laboral, para limitar liberdades e direitos cívicos.

Confiança, esperança e luta que exige o reforço da organização do Partido

Parte constitutiva dessa ofensiva é a que visa o Partido. A ofensiva anticomunista não é de hoje, mas não ignoremos as características e a intensidade desta campanha e dos recursos que mobiliza. Ontem como hoje, o Partido encontrou a resposta no reforço da ligação aos trabalhadores, no seu enraizamento nas massas, na inquebrantável confiança na força da luta, na identificação com as justas aspirações dos trabalhadores e do povo, na perspectiva da sociedade mais justa pela qual luta. E foi tudo isso que espelhou o XXI Congresso e que dele eclodiu como instrumento para a acção.

Acção colectiva que, desde logo, se manifestou com a dinamização e participação na semana de luta da CGTP -IN, nas dezenas de iniciativas que tiveram lugar por todo o País em defesa do SNS, contra o saque dos privados e de afirmação das propostas do PCP, nas acções que ocorreram contra o fecho de balcões da CGD, afastando cada vez mais a Caixa dos cidadãos, entre tantas outras expressões de luta sobre os mais variados problemas que afectam os trabalhadores e as populações.

Sim! Confiança, esperança e luta que exige o reforço da organização do Partido, um maior empenhamento militante, o estugar do passo na concretização do objectivo de criação de células de empresa, mas também no desenvolvimento da campanha de fundos. Sim! Confiança e esperança na planificação do ano novo que se aproxima, no qual terá lugar o comício do 100.º aniversário do Partido. Sim! Confiança, esperança e determinação na acção mais imediata para levar às empresas, às aldeias, aos bairros, a candidatura de João Ferreira a Presidente da República.

Um horizonte de esperança

A afirmação de que nesta candidatura cada um acrescentará força à força que se ergue em defesa dos direitos não é, não pode ser, um slogan. Trata-se de uma expressão que tem ganho força material, força essa que tem de se multiplicar rompendo o silêncio a que foi remetida a candidatura. A cada activista, a cada apoiante, coloca-se a necessidade de, colectiva e individualmente, serem agentes activos do esclarecimento nas razões para o voto em João Ferreira.

Uma candidatura absolutamente distintiva de todas as outras. A candidatura da dignificação do trabalho e dos trabalhadores, da defesa do SNS e dos serviços públicos, da cultura e dos agentes culturais, dos direitos das mulheres e da juventude, das preocupações ambientais. A candidatura que afirma a soberania nacional.

Como é afirmado na declaração de candidatura, «esta é a candidatura inspirada nos que já mostraram que não se escondem, que não desertam, que não se rendem.(…) Nos que enfrentam a resignação e o medo».

Portugal precisa com cada vez maior urgência de uma política ao serviço do povo e do País, baseada na Constituição da República, que afirme e projecte os valores de Abril, assegure a construção de um Portugal desenvolvido, de progresso e igualdade. Vamos ao trabalho!




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