Ensino presencial sem sobressaltos requer investimento na escola pública
INTERVENÇÃO O Roteiro da Educação lançado pelo PCP permitiu confirmar que só o ensino presencial com o reforço da escola pública assegura o sucesso do processo de aprendizagem e o combate às desigualdades.
Confirmou-se a justeza da apreciação e reivindicações do PCP
Iniciado a 6 de Outubro, do Roteiro fizeram parte dezenas de contactos e reuniões em escolas de vários distritos, iniciativas que permitiram tomar o pulso às condições em que se iniciou o novo ano lectivo. Confirmou-se, ainda, a justeza da apreciação e reivindicações do PCP, que, no lançamento da acção, salientava que era «fundamental garantir o desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem concretizado num modelo de ensino presencial», já que, de acordo com a avaliação feita pós-confinamento, muitos alunos não assimilaram parte dos conteúdos.
Na altura, Jorge Pires, da Comissão Política do PCP, sublinhou, igualmente, que o regresso às aulas tinha de ser acompanhado por «medidas rigorosas que garantam todas as normas de segurança para proteger a saúde dos estudantes, dos professores e todos os outros profissionais da educação». Reclamou, por isso, o «inequívoco» reforço do investimento na Escola Pública, designadamente contratando os auxiliares de acção educativa necessários, os professores que se impunha para recuperar atrasos e assegurar o sucesso escolar, os técnicos especializados e outros profissionais para acompanhar alunos com necessidades educativas especiais, e proceder aos investimentos infra-estruturais em falta.
Evidente
O Avante! acompanhou Paula Santos, deputada do PCP à Assembleia da República e membro do Comité Central, Débora Santos, do Executivo da Direcção da Organização Regional de Setúbal, Joana Carneiro, da Comissão Concelhia de Almada, e Sandra Bacalhau, do Executivo da Comissão Concelhia de Almada, na visita efectuada, no início de Outubro, ao Agrupamento de Escolas do Monte de Caparica. No final, Paula Santos frisou que o encontro com a direcção do estabelecimento confirmou que a pandemia agravou «muitos dos problemas estruturais já existentes – falta de pessoal docente e não docente, carências no parque escolar, etc. -, bem como «a centralidade da escola pública».
Inês de Castro, professora e directora do AE do Monte de Caparica, concordou, e salientando que a pandemia destapou muitos pobres e criou novos pobres, devido ao desemprego e aos cortes salariais, com evidentes reflexos nos alunos, enfatizou que «o ensino à distância foi um recurso» e que «o ensino presencial na escola pública é insubstituível».
Quanto aos problemas, Inês de Castro não os escamoteou, indicando como prioritários os investimentos na contratação de assistentes operacionais, na requalificação das escolas e nos materiais didácticos.