Responsabilidade, coragem, determinação
A violência da campanha que foi erguida contra a Festa do Avante! que, destilando ódio fascizante contra os comunistas e o seu Partido, teve sempre como fio condutor o ataque às liberdades e à democracia, tornou expectável que mais tarde ou mais cedo ressurgissem os mesmos elementos de confronto entre os que, como o PCP, consideram que, tomadas as devidas medidas sanitárias a vida deve prosseguir e desenvolver-se, e os que, a propósito do vírus, ensaiam a restrição de liberdades e direitos democráticos e aspiram a condicionar, e confinar se possível, a luta e a resistência dos trabalhadores e do Povo.
Acena-se, uma vez mais, com o falso privilégio do PCP por realizar o seu XXI Congresso na data prevista. Mesmo reconhecendo que no plano legal/constitucional nada impede – nem mesmo a declaração do Estado de Emergência - a sua realização. Mesmo depois da importante lição que os comunistas deram com a Festa do Avante!, transformando a Quinta da Atalaia no espaço mais seguro do País no primeiro fim de semana de Setembro. Mesmo sabendo que a realização do Congresso, que também adaptámos à actual situação, é, em si mesma, a demonstração de um Partido que, perante a epidemia, não se esconde debaixo da cama, que olha para o agravamento da situação nacional em todas as dimensões não prescindindo de dar a sua contribuição para responder aos problemas do País.
Tal como se verificou com o 1.º Maio e com a Festa não são as preocupações com a saúde pública que motivam este novo ataque. No polo oposto da responsabilidade, da coragem e da determinação que o PCP revela neste momento agudo para o País, está o posicionamento demagógico, oportunista e reaccionário que vai sendo amplificado, incluindo por via da chamada «percepção pública», como critério de tomada de decisões como fez novamente Presidente da República em mais um posicionamento que fala por si.