«Nem parados, nem calados» para exigir Cultura no OE
Sob o lema «Nem parados nem calados, para uma Cultura com futuro, por um futuro com Cultura», a concentração que o Sindicato dos Trabalhadores de Espectáculos, do Audiovisual e dos Músicos (CENA-STE) promoveu na tarde de segunda-feira, dia 9, reuniu frente ao Parlamento uma centena de pessoas, enquanto os deputados e a ministra da Cultura debatiam na especialidade a proposta de Orçamento do Estado para esta área.
Foram exigidas medidas de «emergência e retoma», como «um verdadeiro fundo de emergência social», e «medidas de fundo» para alterar a situação laboral e social e assegurar «a valorização da cultura e dos seus trabalhadores», como se detalha num documento do sindicato da CGTP-IN.
Na intervenção feita em nome do CENA-STE na concentração, salienta-se que «este não pode ser só mais um Orçamento do Estado, porque este ano não será só mais um ano». Sendo «um dos anos mais difíceis da nossa história de vida individual e colectiva» e «um dos anos mais difíceis para a Cultura», 2020 será «lembrado pelos dias adiados, cancelados, encerrados, mas será também recordado como o ano em que nos demos conta do quanto temos em comum, do quanto fazemos falta uns aos outros, como criadores, performers, músicos, actores, realizadores, bailarinos, artistas de circo, técnicos de som, técnicos de luz e iluminadores, riggers, roadies, runners, produtores, mediadores, como público, como trabalhadores de tantas áreas neste mundo da música, do cinema, do audiovisual, do teatro, da dança, do circo, dos museus e da arqueologia, da escrita, das artes plásticas».
«Só um Orçamento do Estado para a Cultura, que cumpra o patamar mínimo de um por cento, que garanta os direitos de todos trabalhadores da Cultura e o acesso de todos à sua fruição e produção, deveria ser aprovado e promulgado», sublinha o sindicato.
O PCP expressou solidariedade com a manifestação, durante a audição da ministra em comissão. A deputada Ana Mesquita deslocou-se até junto dos trabalhadores em luta, criticando o «caminho de subfinanciamento» que se reflectiu nos 0,21 por cento atribuídos à Cultura na proposta de OE e reafirmando que o Partido defende «um reforço substancial» e vai apresentar proposta nesse sentido.