12.º Congresso da US Porto avança para mobilização
ORGANIZAÇÃO Os trabalhadores não estão condenados a perder direitos, emprego e rendimentos e não aceitam condicionalismos que promovam cortes desses. A USP/CGTP-IN decidiu intensificar a acção.
A pandemia foi pretexto para medidas que não podem passar a permanentes
«Considerando a urgência da satisfação destas reivindicações», os 170 delegados ao 12.º Congresso da União dos Sindicatos do Porto, que teve lugar no grande auditório do Fórum da Maia, no dia 23, sexta-feira, declararam que «não aceitam quaisquer medidas que suspendam direitos constitucionalmente consagrados, nomeadamente o direito de exercício de acção sindical nos locais de trabalho», e decidiram «partir de imediato para um amplo plano de contactos, reuniões e plenários de trabalhadores, visando o esclarecimento, a mobilização e a luta».
A afirmação encerra a Resolução sobre acção sindical imediata, aprovada por unanimidade e aclamação, tal como sucedeu com os restantes documentos submetidos ao congresso: regulamentos, Relatório de actividades no período decorrido desde 2016 e Resolução para a acção sindical no quadriénio 2020-2024, bem como quatro moções (Paz e solidariedade, Direito à habitação, Pelo fim da precariedade e Em defesa dos serviços públicos).
O tempo para discussão permitiu ouvir mais de duas dezenas de intervenções, incluindo de convidados, como a Confederação Intersindical Galega, e da Secretária-geral da CGTP-IN, Isabel Camarinha, que encerrou os trabalhos.
No congresso, os delegados de 28 sindicatos elegeram a direcção da estrutura distrital da CGTP-IN, que continua a ser composta por 33 elementos, havendo 14 que integram pela primeira vez o organismo. Neste estão representados dois sindicatos que não constavam no elenco no mandato findo.
O PCP, que enviou ao congresso uma saudação, esteve representado por Jaime Toga, da Comissão Política do Comité Central, e Belmiro Magalhães, do CC.
Na intervenção de abertura, Tiago Oliveira assinalou que os últimos quatro anos foram «de actividade sindical intensa». O coordenador da USP e membro da Comissão Executiva da CGTP-IN lembrou que «a situação política vivida permitiu interromper as políticas de esbulho e de saque aos direitos e rendimentos dos trabalhadores», salientando que «conseguimos com a nossa luta importantes conquistas».
Contudo, «nas questões fundamentais», «o PS colocou-se, como no passado, ao lado do capital».
Nos últimos meses, protestou o dirigente, «a coberto do combate à pandemia tenta-se justificar um conjunto de ataques aos direitos dos trabalhadores que, a não serem combatidos, em vez de soluções temporárias passarão a soluções permanentes». Referiu o lay-off «simplificado», o roubo de férias, o desregulamento dos horários de trabalho, a precariedade, o teletrabalho. Citou, a este propósito, o caso da seguradora Ageas, que «construiu um novo edifício sem capacidade para suportar a totalidade dos trabalhadores».