Trabalhadores mantêm luta por direitos nos supermercados
PERSEVERANÇA Trabalhadores do Lidl e do Pingo Doce, organizados no CESP/CGTP-IN, mostraram nos últimos dias, com acções de luta, que estão unidos e firmes na resistência aos ataques patronais.
São direitos elementares, mas só a luta os pode preservar
Nos entrepostos do Lidl no Linhó (Sintra) e em Torres Novas, os trabalhadores fizeram greve, na manhã de dia 28 de Agosto, e realizaram concentrações no exterior das instalações. O sindicato destacou, como objectivos desta luta, que teve forte expressão na greve de 31 de Janeiro, as exigências de aumento dos salários de todos os trabalhadores, negociação do caderno reivindicativo e resolução dos problemas já apontados.
Numa nota publicada no dia da luta, com imagens dos protestos na rua, o CESP explicou que é exigida«uma alteração do comportamento da administração do Lidl, que respeite os direitos dos trabalhadores, nomeadamente o fim das reduções temporárias de salário e horário, que afinal a empresa pretende que sejam definitivas».
O «subsídio de frio» deve ser pago«a todos os que trabalham nas arcas congeladoras», deve ser garantido «fardamento para todos» e deve ser posto fim à precariedade e aos contratos por empresas de trabalho temporário, uma vez que se trata de funções e tarefas de carácter permanente.
No Pingo Doce (Grupo Jerónimo Martins), o CESP e os trabalhadores demonstraram, com duas acções realizadas anteontem, dia 1, que não aceitam a «golpada» do referendo patronal para legalizar o «banco» de horas grupal. As concentrações tiveram lugar em simultâneo, às 11 horas, frente a lojas do Pingo Doce em Vila Nova de Gaia (Avenida da República 1174-1182) e em Lisboa (Largo do Chão do Loureiro).
Durante esta jornada, adiantou o sindicato, na sua página na rede social Facebook, os trabalhadores decidiram continuar a luta contra o «banco» de horas grupal e garantiram que «irão participar activamente na quinzena de luta nas empresas de distribuição, convocada pelo sindicato», e «avançar no dia 24 de Setembro com uma vigília à porta da sede da empresa, em Lisboa».
Sindicato e trabalhadores insistem em contestar o processo do referendo, concluído a 3 de Agosto e logo classificado como «golpada» pelo CESP, que insiste na sua anulação e na reposição da legalidade, por intervenção da Autoridade para as Condições do Trabalho, do Ministério do Trabalho e da Comissão Nacional de Protecção de Dados.
O sindicato, numa nota de imprensa a anunciar as acções desta terça-feira, voltou a alertar para as consequências da aplicação do «banco» de horas, acusando a empresa de pretender «decidir, nos próximos quatro anos, quando os trabalhadores podem ou não ir buscar os filhos à escola, se almoçam ou jantam em família, quando podem ir descansar».