Greve no SUCH reforçou exigência de negociação
PERSISTÊNCIA Os trabalhadores do SUCH aderiram em força à greve de 27 e 28 de Agosto e não vão deixar cair as reivindicações de melhores salários e condições laborais, asseguram os sindicatos.
Na sua maioria, os trabalhadores auferem o valor do salário mínimo
Em resposta à «afronta» da administração do Serviço de Utilização Comum dos Hospitais (SUCH), que recuou nos compromissos assumidos e recusou negociar propostas que implicassem custos, os trabalhadores, organizados nos sindicatos da Fesaht/CGTP-IN, fizeram greve na quinta e na sexta-feira, realizando concentrações no Porto, em Coimbra, em Viseu, em Faro e em Portimão.
No primeiro dia, frente ao Hospital de São João, um dirigente da federação e do Sindicato da Hotelaria do Norte apresentou um balanço do início da greve, adiantando que «registamos cem por cento de adesão nas cantinas e bares (alimentação), em todos os hospitais, e de 80 por cento nas lavandarias, resíduos, manutenção e demais serviços de apoio». Francisco Figueiredo, citado pela agência Lusa, sublinhou aos jornalistas que «qualquer proposta representava encargos» e questionou «que estávamos a fazer na mesa negocial, se o SUCH recusava qualquer proposta».
Também nessa manhã, trabalhadores do SUCH, em greve, concentraram-se na entrada principal do Hospital de São Teotónio, em Viseu. Afonso Figueiredo, do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria do Centro, citado pelo Jornal do Centro, garantiu que nos hospitais da região a adesão rondou os cem por cento, precisando que «os bares e os refeitórios estão encerrados» no Hospital de Viseu.
O Sindicato da Hotelaria do Algarve, em comunicado de imprensa, no dia 27, deu conta de «uma forte adesão» na região, indicando que a percentagem de participação na greve «ronda os 80 por cento» nos hospitais de Faro e Portimão, com reflexo no encerramento de bares e refeitórios. No segundo dia, a adesão «subiu para cerca de 90 por cento» naqueles dois hospitais, «com todos os bares e refeitórios encerrados e os restantes serviços apenas com os serviços mínimos, excepto na área da roupa», informou o sindicato, na sua página na rede social Facebook, onde publicou imagens das concentrações realizadas em Faro, dia 27, e em Portimão, dia 28.
A administração do SUCH, como acusaram a Fesaht e os sindicatos, recusou-se igualmente a aplicar a compensação suplementar aprovada no Parlamento para os trabalhadores do Serviço Nacional de Saúde, ignorando que os trabalhadores que prestam serviço nas cantinas, lavandarias, resíduos e manutenção hospitalar foram equiparados a funcionários públicos, para este efeito.
Greve
na Tocha
Esta segunda-feira, 31 de Agosto, fizeram greve os trabalhadores do SUCH que asseguram os serviços concessionados de alimentação e lavandaria do Hospital Rovisco Pais (Centro de Medicina de Reabilitação da Região Centro, na Tocha, concelho de Cantanhede).
De acordo com a informação divulgada pelo Sindicato da Hotelaria do Centro, a adesão foi de 50 por cento, assegurando os serviços mínimos, e «a empresa utilizou todas as ilegalidades possíveis para substituir trabalhadores em greve».
Para além dos motivos de âmbito nacional, o sindicato chamou a atenção para as «condições precárias da lavandaria» (calor e degradação de equipamentos e instalações) e, na alimentação, «a falta de pessoal e desrespeito pelas categorias e antiguidade».