Apoios na América Latina a deputado comunista chileno
SOLIDARIEDADE Numerosas personalidades da América Latina expressaram o seu apoio ao deputado chileno Hugo Gutiérrez, perante a intenção de legisladores de direita de o destituir.
Hugo Gutiérrez é perseguido politicamente pela direita do Chile
Políticos, parlamentares, jornalistas, intelectuais e outras personalidades latino-americanas condenaram a pretensão da direita de destituir o deputado Hugo Gutiérrez, do Partido Comunista do Chile, alegando uma infundada acusação de actos subversivos por participar em mobilizações sociais. O Tribunal Constitucional chileno deve pronunciar-se sobre o caso no dia 4 de Setembro.
Figuras como Adolfo Pérez Esquivel, Prémio Nobel da Paz; Manuel Zelaya, ex-presidente das Honduras; o sociólogo Atílio Boron; a jornalista argentina Stella Calloni; Ricardo Patiño, ex-ministro dos Negócios Estrangeiros do Equador; e a ex-parlamentar colombiana Piedad Córdoba estão entre os subscritores de uma declaração de apoio a Gutiérrez, divulgada pelo jornal El Siglo.
O texto destaca o seu trabalho como advogado de direitos humanos e denuncia que enfrenta um processo de «perseguição política pela direita chilena, o governo de Sebastián Piñera e o Tribunal Constitucional do Chile». Acrescenta que se trata de um deputado eleito democraticamente pelo povo em sufrágio livre, directo e secreto, que denunciou responsáveis por violações de direitos humanos e políticos corruptos e esteve sempre ao lado do seu povo.
A declaração rejeita também «a atitude dos juízes do Tribunal Constitucional, os quais demonstraram a sua cumplicidade alargando prazos e atrasando decisões com o fim de dar tempo e lugar aos perseguidores de Hugo Gutiérrez para forjar um caso e provas mais consistentes que permitam justificar a sua destituição».
Para os subscritores do texto, a situação do deputado comunista que está na primeira linha de defesa dos ex-presidentes Lula da Silva, Rafael Correa e Evo Morales, «é parte da estratégia de guerra jurídica impulsionada pela direita no continente sul-americano e que atinge a independência do poder judicial».