Venezuela empenhada na organização das eleições parlamentares de Dezembro

SO­BE­RANIA O mi­nistro da Co­mu­ni­cação e In­for­mação da Ve­ne­zuela, Jorge Ro­drí­guez, des­tacou a trans­pa­rência e cre­di­bi­li­dade do sis­tema elei­toral do país, em­pe­nhado nos pre­pa­ra­tivos das elei­ções le­gis­la­tivas de De­zembro pró­ximo.

O im­pe­ri­a­lismo e a ex­trema-di­reita in­sistem da de­ses­ta­bi­li­zação e gol­pismo

Em en­tre­vista con­ce­dida em Ca­racas, ao jor­na­lista e mi­nistro da Cul­tura, Er­nesto Vil­legas, e trans­mi­tida pela te­le­visão ve­ne­zu­e­lana, Ro­drí­guez va­lo­rizou como po­si­tiva a par­ti­ci­pação de mais de 100 par­tidos po­lí­ticos no cro­no­grama prévio das elei­ções para re­novar a As­sem­bleia Na­ci­onal, o par­la­mento uni­ca­ma­rário ve­ne­zu­e­lano.

Para o pró­ximo acto elei­toral estão ins­critos mais de 20 mi­lhões de elei­tores.

Os acordos saídos da mesa de diá­logo ins­ta­lada em Se­tembro de 2019 entre os go­verno bo­li­va­riano e di­versos par­tidos da opo­sição per­mi­tirão in­cre­mentar as ga­ran­tias de­mo­crá­ticas e a par­ti­ci­pação das or­ga­ni­za­ções po­lí­ticas, dado o au­mento de nú­meros de de­pu­tados a eleger, in­dicou. «Apesar de toda a cam­panha ne­ga­tiva de sec­tores da ex­trema-di­reita, a Ve­ne­zuela conta com um Con­selho Na­ci­onal Elei­toral trans­pa­rente que vela pela de­mo­cracia», acres­centou.

O mi­nistro da Co­mu­ni­cação e In­for­mação ra­ti­ficou o com­pro­misso das forças po­lí­ticas apoi­antes da Re­vo­lução Bo­li­va­riana de obter a mai­oria par­la­mentar para re­cu­perar o ins­ti­tu­ci­o­na­lismo do órgão le­gis­la­tivo. A esse pro­pó­sito, disse que nos úl­timos cinco anos a As­sem­bleia Na­ci­onal aban­donou as suas fun­ções para con­verter-se, nas mãos da di­reita, num es­paço de cor­rupção e para pro­mover agres­sões contra a Ve­ne­zuela.

Jorge Ro­drí­guez rei­terou o des­cré­dito do sector po­lí­tico li­de­rado por Juan Guaidó, apon­tado pelos Es­tados Unidos da Amé­rica e seus ali­ados como pre­si­dente «in­te­rino», au­to­pro­cla­mado num acto de usur­pação per­ce­bido na nação sul-ame­ri­cana como uma ten­ta­tiva de golpe de Es­tado.

«Nós vamos lutar para ga­nhar as elei­ções do pró­ximo dia 6 de De­zembro», as­se­gurou o mi­nistro ve­ne­zu­e­lano, que su­bli­nhou a im­por­tância de for­ta­lecer a uni­dade das forças po­pu­lares em torno do pro­jecto bo­li­va­riano face às ame­aças da ex­trema-di­reita à agenda gol­pista do go­verno dos EUA.

Pre­textos para in­vadir

O em­bai­xador de Ca­racas junto da Or­ga­ni­zação das Na­ções Unidas, Sa­muel Mon­cada, re­a­firmou que os EUA uti­lizam in­si­nu­a­ções e fal­si­dades contra o go­verno bo­li­va­riano, no­me­a­da­mente de ale­gado en­vol­vi­mento em nar­co­trá­fico, como pre­texto para jus­ti­ficar uma agressão e in­vasão da Ve­ne­zuela.

«Para ini­ciar o ataque mi­litar, o apa­relho de guerra de Do­nald Trump ne­ces­sita de apre­sentar a Ve­ne­zuela como centro de nar­co­trá­fico que ameaça a se­gu­rança con­ti­nental. Re­pete o guião da in­vasão do Pa­namá em 1989. A ma­qui­naria de pro­pa­ganda foi ac­ti­vada para apagar a re­a­li­dade his­tó­rica», de­nun­ciou o di­plo­mata no Twitter.

As afir­ma­ções de Mo­cada se­guem-se a in­for­ma­ções sobre a re­cente apre­ensão de um car­re­ga­mento de droga no mar das Ca­raíbas pela guarda-cos­teira norte-ame­ri­cana. O em­bai­xador de­nun­ciou que «a droga saiu da Colômbia e di­rigia-se para os EUA» mas «o in­te­resse dos media é culpar a Ve­ne­zuela, é essa a ordem de Trump».

Mon­cada alertou que a in­tenção dos im­pe­ri­a­listas é vin­cular o Es­tado ve­ne­zu­e­lano com o trá­fego de droga e o Cartel de los Soles – «é a men­tira ao ser­viço da guerra». Ex­plicou que du­rante anos, com a ajuda de meios de im­prensa, Washington cons­truiu um dis­curso me­diá­tico pro­cu­rando ligar o go­verno ve­ne­zu­e­lano a esse cartel, até que, em 2017, o ana­lista es­pa­nhol Fer­nando Ca­sado as­se­gurou que essa or­ga­ni­zação cri­mi­nosa, tal como a re­tra­tavam os meios de co­mu­ni­cação, sim­ples­mente não existia.

Desde o início deste ano, a Casa Branca in­ten­si­ficou as acu­sa­ções e san­ções pu­ni­tivas contra di­ri­gentes bo­li­va­ri­anos por ale­gados vín­culos a essa ine­xis­tente or­ga­ni­zação.




Mais artigos de: Internacional

Apoios na América Latina a deputado comunista chileno

SO­LI­DA­RI­E­DADE Nu­me­rosas per­so­na­li­dades da Amé­rica La­tina ex­pres­saram o seu apoio ao de­pu­tado chi­leno Hugo Gu­tiérrez, pe­rante a in­tenção de le­gis­la­dores de di­reita de o des­ti­tuir.

China adverte Estados Unidos que estão a pôr em risco a paz

PRO­VOCAÇÃO A China anun­ciou que um navio de guerra norte-ame­ri­cano in­gressou no dia 27 de Agosto nas suas águas ter­ri­to­riais sem au­to­ri­zação. Pe­quim avisou que as ac­ti­vi­dades da ma­rinha dos EUA na área criam con­di­ções para que possa haver um in­ci­dente ar­mado não in­ten­ci­onal.

Candidato presidencial do MAS na Bolívia propõe imposto sobre grandes fortunas

O candidato do Movimento para o Socialismo (MAS) à presidência do estado plurinacional da Bolívia, Luis Arce, reiterou a importância de aplicar impostos aos grandes milionários do país, sobretudo em tempos de crise. Arce assinalou, através das redes sociais, que apresentou essa proposta em Abril, de forma a que os...

Vietname celebra 75 anos de independência

Os vietnamitas celebraram ontem, 2 de Setembro, o Dia da Independência Nacional. Aquele que é um dos mais importantes feriados do país evoca a proclamação, em 1945, da então República Democrática do Vietname. A declaração de independência, lida em Hanói por Ho Chi Minh, em nome do Governo...

Continuam nos EUA manifestações contra o racismo, a violência, a pobreza

Na cidade de Kenosha, no Estado de Wisconsin, registaram-se na semana passada, ao longo de vários dias, protestos contra o racismo e a brutalidade policial, depois de um cidadão negro norte-americano, Jacob Blake, ter sido atingido nas costas, com vários tiros, por um polícia, no dia 23. Blake sobreviveu e está internado...

Golpistas no Mali consolidam poder

Os militares que tomaram o poder no Mali, através de um golpe de Estado, a 18 de Agosto, consolidam posições e rejeitam uma «transição civil imediata» exigida pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (Cedeao), encarregada pela União Africana da mediação com os golpistas. O presidente derrubado, Ibrahim...