Jerónimo de Sousa reafirma respostas para o País em Santiago do Cacém
RESPONDER Jerónimo de Sousa participou no domingo, 19, no comício do PCP em Santiago do Cacém. Muitos foram os militantes e simpatizantes que, com a sua presença,reafirmaram o seu empenho no reforço do Partido para as lutas vindouras.
«Responder com urgência às situações de emergência»
A tarde de domingo corria fresca quando os militantes do PCP começaram a afluir ao Parque Urbano Rio da Figueira, local onde teve lugar o convívio de verão, do qual constou o comício em que participou o Secretário-geral do Partido. Foi com as normas de saúde pública em vigor e com a distância de segurança assegurada que os presentes se distribuíram pelas mesas do espaço, desfrutaram do convívio e ouviram atentamente as duas intervenções realizadas.
Na presença dos santiaguenses e de alguns dirigentes do Partido que o acompanharam ao palco, Manuel Valente, membro do Comité Central e responsável pela Organização Regional do Litoral Alentejano, deu início ao comício, começando por agradecer «redobradamente» a presença e o empenho de todos na realização daquela iniciativa.
«Queremos aqui saudar todos os trabalhadores e população do Litoral Alentejano, em particular todos aqueles que estiveram e continuam na linha da frente», continuou o responsável, dirigindo-se às forças da Protecção Civil, aos trabalhadores das autarquias e aos profissionais de saúde que asseguraram os serviços essenciais à população, mas também a todos os trabalhadores que estiveram e continuam a estar confrontados com despedimentos, lay-off, retirada de direitos e de salários.
Não se dirigindo apenas aos trabalhadores atrás mencionados, Manuel Valente valorizou igualmente as lutas travadas no Complexo Industrial de Sines e na Lauak, contra os despedimentos, e, contra o lay-off, na Euroresinas e na Rodoviária do Alentejo.
Antes de terminar e de salientar as campanhas «Nem um Direito a Menos. Confiança e luta por uma vida melhor» e «O Futuro tem Partido», os trabalhos de preparação da Festa do Avante! e do XXI Congresso, Manuel Valente valorizou ainda as jornadas de luta do 25 de Abril e do 1.º de Maio, a Marcha pelo Emprego em Sines e a concentração dos enfermeiros no Hospital do Litoral Alentejano.
Os trabalhadores podem contar com o PCP
«O nosso Partido não deixou, em momento nenhum, de responder ao agravamento da situação económica e social que o grande capital ampliou», começou por reafirmar o Secretário-geral no começo da sua intervenção. «Enquanto alguns se refugiaram no confinamento institucional, nunca deixámos de estar onde era necessário junto dos trabalhadores, das populações, nas instituições, cumprindo o nosso dever de defesa», continuou.
Ao longo de quase 100 anos, o lugar do PCP foi sempre o mesmo: na defesa, na denúncia, na identificação de problemas e na proposta de soluções para os resolver, na resistência, na intervenção e na luta. Lugar que, com os efeitos nefastos das pandemia em Portugal, não se alterou.
«O colectivo partidário soube dar as respostas necessárias, não se deixando paralisar, nem pelo temor nem pelas limitações que nos quiseram impor», valorizou Jerónimo de Sousa.
Respostas para as exigências do presente e do futuro
À boleia da pandemia e de todas as dificuldades que a mesma aprofundou para os trabalhadores e para o povo, surgiram também, ou reforçaram-se, outros graves problemas aos quais se exige dar resposta imediata.
O aproveitamento que o grande capital fez e está a fazer do surto epidémico no domínio dos direitos e dos salários tem agravado as desiguais relações de trabalho. «Neste período em que o capital aproveitou esta maré, o que temos visto são dificuldades em cima de dificuldades transferidas para cima das costas dos trabalhadores», revelou Jerónimo de Sousa, exemplificando com a «redução dos salários», as alterações unilaterais de horários» e «imposições de férias forçadas e retirada de direitos».
Para o PCP, o lema «No combate ao vírus, nem um direito a menos» significa que é preciso impedir a destruição da vida daqueles que perderam o emprego, o salário, direitos individuais e colectivos. Mas é preciso ir mais além e «responder com urgência às situações de emergência», afirmou com veemência o dirigente comunista.
«O País precisa de um maior fôlego, uma política alternativa que tenha como eixos estratégicos a produção nacional e o combate ao défice agro-alimentar, de produzir cá o que nos obrigam a comprar lá fora, de desenvolver a indústria», prosseguiu. Desenvolver a produção nacional, a indústria e a agricultura para também resolver de vez o desequilíbrio demográfico. Apoiar as pequenas empresas e os pequenos agricultores; criar infra-estruturas e serviços de qualidade, tributar os lucros e os dividendos dos que ganham milhões – são estas algumas das propostas que se impõem para resolver os problemas de fundo do País.
Combater a corrupção é uma outra necessidade do passado, do presente e do futuro. «Está agora na actualidade a situação do Novo Banco», mencionou Jerónimo de Sousa sem deixar de explicar que à parte das naturais responsabilidades individuais, «sempre que o capital monopolista pode determinar, as consequências são as que estão à vista», «aconteceu no BPN, no BCP e agora no Novo Banco».
Confiança é a palavra certa
Antes de terminar a sua intervenção, Jerónimo de Sousa deixou ainda, aos que ouviam, palavras de motivação e de força: «Os ventos que sopram não estão de feição, e quantas vezes isso não nos aconteceu. No entanto, resistimos, lutámos e avançámos com confiança. Costumamos dizer que temos de fazer boa cara ao mau tempo, e seremos sempre fustigados pelos ventos que não estão de feição. Mas esses ventos encontrarão sempre o nosso rosto e nunca as nossas costas porque esta causa, esta luta, este projecto de transformação da vida e da sociedade há-de sempre estar presente na nossa luta, na nossa resistência e na nossa confiança.»