Proprietários e Governo deixam cair Cervejaria Galiza

O Tribunal Judicial do Porto decidiu decretar a insolvência da sociedade Actividades Hoteleiras Galiza Portuense, que detém a Cervejaria Galiza. O administrador de insolvência decidiu encerrar o estabelecimento após reunião com os trabalhadores, considerando não haver condições para o manter aberto.

Em comunicado, o Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Norte, da CGTP-IN, rejeita esta opção, considerando que a Cervejaria Galiza «é viável», como aliás comprova o passado recente: a 11 de Novembro de 2019, os trabalhadores impuseram a reabertura do restaurante e mantiveram-no em funcionamento durante oito meses, pagando salários e outras retribuições em atraso num total de 10 meses. O feito torna-se ainda mais notável tendo em conta a situação extraordinária em que o País se encontra, em resultado do surto epidémico de COVID-19.

Também o PCP se pronunciou, através de uma nota da Direcção da Organização Regional do Porto, divulgada no dia 8. Esperando que o encerramento da Cervejaria Galiza possa ainda ser revertida, o PCP lembra a «notável postura de dignidade» dos seus trabalhadores, que recusaram o «encerramento fraudulento pretendido pelos proprietários». O facto de terem mantido o estabelecimento aberto durante oito meses, terem pago dívidas a fornecedores e regularizado salários em atraso prova, para o PCP, que a Galiza é viável.

Os comunistas condenam ainda a «inaceitável postura» do Governo, que ao longo de todo este período «nunca esteve disponível para reunir com os representantes dos trabalhadores». Foi, assim, «objectivamente conivente com este desfecho e eventuais objectivos que possam orientar a acção dos actuais proprietários».

 



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