Velhos truques e omissões

Nas últimas semanas, foram várias as iniciativas realizadas com o Secretário-Geral PCP: o primeiro debate no âmbito do Centenário do Partido, uma sessão em Portel, para além dos encontros com micro, pequenos e médios empresários, com bombeiros, da participação na Semana Nacional de Luta da CGTP-IN, a que se somam as muitas acções levadas a cabo pelas organizações do Partido.

Esta sequência de iniciativas e a sua cobertura mediática é bastante elucidativa do que tantas vezes denunciamos: o papel desempenhado pela comunicação social na distorção, manipulação e ocultação da acção e dos posicionamentos do PCP.

Nos jornais, do debate de dia 20, pouco foi possível ler. Tão pouco que só se percebeu que o Secretário-Geral falou da proposta do PCP para travar os despedimentos. Nem uma referência à iniciativa ou ao local onde decorreu. No Telejornal da RTP passaram pouco mais de 20 segundos da intervenção de Jerónimo de Sousa numa peça em que é sublinhado o facto de não ter falado aos jornalistas à margem da iniciativa – um dos velhos truques para transformar uma iniciativa do PCP numa declaração avulsa sobre um qualquer tema ao interesse de quem manda na agenda mediática.

Na sessão de Portel, uma iniciativa ímpar – que outro partido seria capaz de realizar uma acção com tanta gente, num domingo de sol, fora dos principais centros urbanos? –, nenhuma das estações de televisão com canais generalistas marcou presença. Num dia em que mais nenhum partido tinha agenda, calhou bem a opção editorial, a falta de meios ou qualquer que seja a razão que possa ser invocada para a omissão.

Já na última semana, vimos em dias quase seguidos um renovado interesse na Festa do Avante!, em particular nos noticiários da SIC. Apesar de coincidir com a semana em que foram divulgadas várias das medidas de protecção sanitária que serão adoptadas pela Festa (aqui, nas páginas do Avante! e num vídeo divulgado na internet e enviado às redacções), não foi esse o foco das peças. Pelo contrário, com as mesmas, estafadas e insistentes questões, alguns órgãos de comunicação social muito se esforçaram por fazer parecer que a audiência com o Presidente da República (na terça), o encontro com MPME (na quinta) e com bombeiros (no sábado) eram conferências de imprensa sobre a realização da Festa. Registe-se a peça do Jornal da Noite da SIC de dia 25, em que mostram imagens do encontro com PME, onde estiveram e questionaram o Secretário-Geral sobre a Festa, acabando por nem essas declarações passar, rementendo-se a exercícios especulativos a partir de uma entrevista a outros meios de comunicação. Da mesma forma, compreende-se que quem tenha visto as imagens do passado sábado de Jerónimo de Sousa a falar sobre a Festa em frente a carros dos Bombeiros do Barreiro não tenha percebido a ligação – é que o Secretário-Geral começou por falar das muitas necessidades urgentes das corporações de bombeiros, mas a opção editorial foi não lhes dar eco. Uma opção que só se explica com as conclusões de um estudo recente, em que a maioria dos jornalistas e responsáveis editoriais confirmavam ter procurado induzir comportamentos no público durante o Estado de Emergência – algo que, como se vê, continua.



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