A defesa da produção nacional e da indústria naval pesada em particular como elemento central numa política de desenvolvimento, foi desde sempre afirmada pelo PCP. E foi isso mesmo que Sandra Pereira reiterou junto dos operários e da Administração dos Estaleiros Navais do Mondego, com quem se encontrou em meados de Junho.

A eleita do Partido em Estrasburgo e os dirigentes locais e nacionais que a acompanharam, subscreveram, além do mais, as propostas apresentadas com o objectivo de recuperar e dinamizar aquela importante unidade, designadamente o apoio do Estado ao desenvolvimento de projectos infra-estruturais e na aquisição de equipamentos.

A delegação do PCP foi ainda sensível à reivindicação da diminuição da renda paga à Administração dos Portos da Figueira da Foz, cujo valor é mais do triplo do que pagava o anterior arrendatário e está muito próximo do que pagam os Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC), cujo terreno é dez vezes maior.

Em Viana do Castelo esteve, na segunda metade do mês de Junho, João Ferreira, que em contacto com os trabalhadores da reparação naval lamentou a degradação das condições de trabalho desde que a empresa pública foi privatizada. Referiu, assim, que a situação contribui para que os ENVC tenham deixado de ser uma referência de conhecimento e da sua aplicação prática, de valorização do trabalho, que podiam e deveriam voltar a ser.

Com quem trabalha

Durante a sua deslocação ao distrito de Coimbra, Sandra Pereira reuniu também com a Direção Regional do STAL e representantes dos trabalhadores da ERSUC, do grupo EGF/Mota Engil, tendo, na ocasião, manifestado o apoio do PCP às reivindicações destes, nomeadamente o fim da discriminação salarial, a adequação das carreiras ao conteúdo funcional desempenhado, a fixação de critérios claros na avaliação de desempenho e a aplicação de um subsídio de insalubridade, penosidade e risco.

Já em Viana do Castelo, João Ferreira encontrou-se com pescadores da cidade e de Vila Praia de Âncora, concelho de Caminha, junto dos quais recordou que a sua reclamação de uma intervenção no porto com o intuito de defender a actividade, bate certo com a proposta comunista de criação de uma empresa pública de dragagens no quadro da requalificação e protecção dos portos e barras nacionais.