Pelo reforço do SNS, contra o «negócio da doença»

O papel «insubstituível do Serviço Nacional de Saúde na resposta ao surto epidémico», a comprovar que é a «única resposta capaz de garantir o direito à saúde dos portugueses», foi outra das questões abordadas por Jerónimo de Sousa, que voltou a defender a necessidade de um urgente reforço do SNS.

Esse foi, aliás, o sentido da pergunta que dirigiu ao primeiro-ministro e à qual este, por ter deixado esgotar o tempo, já não respondeu. «Está de acordo que o caminho que melhor serve os interesses do País e do povo é reforçar o SNS como um serviço público eficiente e eficaz como prestador geral e universal de cuidados de saúde?», indagara o líder comunista, depois de enunciar algumas das principais medidas que estruturam o Plano de Emergência para reforçar o SNS apresentado no passado dia 15 de Maio pelo PCP.

Medidas, entre tantas outras, como a do reforço imediato do financiamento em pelos menos 25% do Orçamento da saúde para 2020; ou a do recrutamento dos profissionais em falta nos serviços e a sua valorização profissional, salarial, das carreiras, a par do fim da precariedade dos vínculos laborais; ou, ainda, a do aumento do número de camas de agudos e de cuidados intensivos.

Mas o dirigente comunista não perdeu o ensejo para denunciar o que classificou de «grande operação» levada a cabo pelos «grupos económicos que se dedicam ao negócio da doença contra o SNS».

«A pretexto dos atrasos verificados no tratamento de outras patologias, vêm posicionar-se para ficar com a recuperação de milhares de cirurgias, exames de diagnóstico e tratamentos», verberou Jerónimo de Sousa, sustentando, em contraponto, que o que se impõe «não é questionar a capacidade do SNS para responder às necessidades do povo na prestação de cuidados, mas sim reforçá-lo nos planos financeiro, no número de profissionais e dos equipamentos».




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