Concessão é degradação
«A concessão do serviço de Transporte Urbano de Vila Real (TUVR) a entidades privadas tem-se revelado não só um desperdício de recursos da autarquia mas também a prestação de um serviço público às populações em permanente degradação», alerta a Comissão Concelhia de Vila Real do PCP, para quem o Programa de Apoio à Redução Tarifária «deveria estar a ser aproveitado para alargar a oferta de transporte às populações, melhorar as condições em que o serviço é prestado e reduzir os custos do transporte público». Todavia, afirma, «o serviço de transporte urbano de Vila Real segue um caminho inverso.
«A Comissão Concelhia (CC) de Vila Real do PCP conhece e reconhece as manifestações de descontentamento dos utentes com atrasos permanentes superiores a 20 minutos, com a sobrelotação dos autocarros em horas de ponta, com a redução dos horários e a dificuldade, particularmente, da população mais idosa ou com problemas de mobilidade no acesso aos autocarros», e adverte que «estes problemas são consequência da falta de motoristas para responder ao conjunto de necessidades, de horários tabelados impossíveis de ser cumpridos, da redução de horários assente na lógica de rentabilização dos lucros e de uma rede viária na cidade desadequada à circulação de autocarros».
A isto acresce, notam ainda os comunistas vila-realenses, problemas laborais graves, caso de «motoristas a desempenharem a sua função com 12, 14 ou 16h de trabalho diário, por acumulação de outros serviços prestados pela empresa concessionária, sem que haja fiscalização e intervenção da ACT», bem como « horas extraordinárias não pagas, discriminação no tratamento de trabalhadores quanto à gestão das folgas, pressão e chantagem psicológica sobre trabalhadores, incumprimento do Contrato Colectivo de Trabalho». Quanto aos veículos, denuncia ainda a organização do Partido em Vila Real, «há autocarros que circulam sem seguro» e outros em que a «manutenção não é feita com a devida regularidade».
«Os problemas são tantos e tão variados que exigem uma resposta integrada e enquadrada por um plano de mobilidade que responda às necessidades de renovação da frota, à criação das condições adequadas de parqueamento e manutenção das viaturas, à reconfiguração e alargamento de percursos, horários e linhas, ao reforço do quadro de pessoal, particularmente motoristas, assegurando e cumprindo com os seus direitos, à identificação de pontos críticos da rede viária da cidade e à definição de um quadro tarifário com preços socialmente justos, com vista à sua gratuitidade», concluiu-se.