Impacte ambiental confirma problemas do novo aeroporto
O PCP considera que o Estudo de Impacte Ambiental (EIA) sobre a instalação do novo aeroporto de Lisboa na Base Aérea do Montijo «confirma os problemas há muito denunciados e evidenciados: uma opção que comporta enormes e insanáveis riscos para a qualidade de vida e saúde das populações e para o habitat natural do Estuário do Tejo, a par de riscos para a navegação aérea».
Reagindo à divulgação do documento, colocado em consulta pública pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA) na segunda-feira, 29, o Partido critica a insistência naquela solução sublinhando que «só é explicável pela cedência do Governo do PS à chantagem e interesses da multinacional Vinci, concedendo-lhe a prerrogativa de, em vez de construir o Novo Aeroporto de Lisboa na zona do Campo de Tiro de Alcochete – a que estaria obrigada com os lucros arrecadados desde a privatização da ANA – , se libertar dessa responsabilidade com a construção de um “apeadeiro”, beneficiando ainda de novos direitos de cedência no actual aeroporto da Portela».
O PCP lamenta que «mais uma vez os interesses monopolistas sejam colocados à frente dos interesses do País, impedindo, desta vez, que Portugal disponha de uma infra-estrutura estratégica indispensável ao seu desenvolvimento».
O estudo dado agora a conhecer pela APA chama a atenção para o facto de os impactos negativos causados na saúde das populações, designadamente pelo ruído, e na avifauna, não serem completamente mitigados pelas medidas previstas.
A Plataforma Cívica Aeroporto BA6, que também reagiu ao EIA, salientou justamente estes aspectos e explicou, ainda, que não serão apenas as populações da Moita e Barreiro a serem afectadas, mas boa parte da população do concelho de Sesimbra, na medida em que os aviões iniciam a sua fase de aproximação à pista sobre a Quinta do Conde.
Já a União de Sindicatos de Setúbal, da CGTP-IN, realça que «numa altura em que tanto se fala de medidas de protecção do ambiente», o que parece nortear a decisão «dos actuais e anteriores decisores políticos (PS e PSD/CDS)», «não é nem o ambiente nem a qualidade de vida dos portugueses, nem o interesse do País, mas sim a satisfação dos interesses da multinacional VINCI».