Imperialismo ameaça com guerra no Médio Oriente
BELICISMO O PCP alerta para os perigos de uma escalada agressiva no Médio Oriente, considera que o Governo tem a obrigação de combater os planos de guerra e apela ao reforço da luta pela paz.
Portugal deve desvincular-se de toda e qualquer escalada militarista
Em nota de imprensa divulgada anteontem, o Partido adverte «para a perigosa situação que está a ser criada no Médio Oriente pelos sectores mais belicistas e aventureiros do imperialismo, incluindo a ameaça de uma nova guerra que, a não ser evitada, terá consequências incalculáveis».
Para o Partido, tal situação é inseparável «da violação e desvinculação» por parte da administração norte-americana «do chamado Acordo 5+1 sobre o Irão», bem como da «escalada de sanções que os EUA impuseram, à margem do direito internacional, não apenas contra o Irão, mas contra todos quantos mantenham relações comerciais com este país». Aliás, «a recente apreensão do petroleiro iraniano Grace 1 pelo Reino Unido», que o PCP considera «um acto de pirataria» e «uma agressão», insere-se «na política de bloqueio e cerco contra um país soberano – com evidentes paralelos com os bloqueios impostos pelos EUA a Cuba, à Venezuela ou à RPD da Coreia».
«Neste contexto, é tão preocupante quanto inadmissível a ameaça de recurso a armas nucleares, como o fez recentemente Donald Trump ao referir-se à existência de “planos que aniquilariam o Afeganistão da face da Terra em dez dias”, provocando “a morte de 10 milhões de pessoas”».
«A gravidade da situação no Médio Oriente é também inseparável do autêntico salto qualitativo da administração norte-americana na violação de todas as resoluções da ONU sobre a questão palestiniana», ao que acresce «o anunciado ‘Acordo do Século’», o qual, refere o PCP, «mais não visa do que impor a negação dos legítimos, inalienáveis e internacionalmente reconhecidos direitos nacionais do povo palestiniano e premiar décadas de crimes e violações da legalidade internacional por parte de Israel».
Convocatória
No texto, o Partido «alerta igualmente para a gravidade dos sucessivos ataques à Síria, mas também ao Iraque, levados a cabo pelos EUA e seus aliados, nomeadamente Israel», e «condena ainda o prosseguimento da cruel guerra da Arábia Saudita e outros países do Golfo contra o Iémene, com a participação directa das grandes potências da NATO».
«Ao mesmo tempo que alerta para os perigos da escalada agressiva no Médio Oriente, o PCP considera que o Governo Português tem a obrigação política, constitucional e moral de combater os planos de guerra», e considera que «Portugal deve desvincular-se de toda e qualquer escalada militarista ou acto de guerra, seja no âmbito da NATO ou da União Europeia», acrescenta-se, antes de convocar «ao reforço da luta pela paz e da solidariedade para com os povos que são vítimas de agressões e guerras imperialistas».