A Associação dos Baldios e Agricultores da Região de Viseu (BALAGRI) e a Confederação Nacional da Agricultura (CNA) denunciaram, recentemente, a «impunidade» da indústria de transformação de Madeira que aplicou pesticidas no Caramulo e Baixo Vouga para controlar o «gorgulho» dos eucaliptos em plena época de floração de árvores e outras plantas.

Esta intervenção, que ocorreu de 15 a 20 de Maio, «pode ameaçar, e bastante, a vida normal das comunidades das abelhas e, consequentemente, fazer reduzir a produção do bom mel desta região», adverte, em nota de imprensa, a BALAGRI e a CNA, recordando os «enormes prejuízos» causados aos apicultores pelos fogos, «vespa asiática» e alterações climáticas.

Entre outras medidas avançadas no dia 10, a associação e confederação reclamam, do Governo e demais órgãos de soberania do País, o apuramento e responsabilização de quem «age de modo irresponsável com este tipo de pulverização de pesticidas, enquanto mantém em baixa os preços da madeira na produção» e apoios aos apicultores «que vêem as suas produções de mel com quebras de 60 a 70 por cento», e, por outro lado, com «aumentos brutais» dos custos de produção (até 300 por cento).

A BALAGRI e a CNA exigem, de igual forma, a inclusão dos concelhos do distrito de Viseu (e da Guarda) no chamado «Programa de Revitalização do Pinhal Interior» e os prometidos parques de armazenamento de madeira ardida, «nas condições de preços prometidas pelo ministro da Agricultura».

A inexistência destes parques, «levou a que os grandes grupos madeireiros arrecadassem milhares de milhões de euros em bolsa, resultantes, sobretudo, da queda dos preços», acusam as organizações.

Perdas da produção
Paralelamente, devem ser instituídos mais e melhores apoios aos agricultores que foram vítimas das recentes intempéries que se abateram sobre o Norte e o Nordeste do País, provocando, em alguns casos, perdas totais da produção de fruta, hortaliças e vinha, danificando, também, armazéns, estufas, caminhos e suportes de terrenos em explorações agrícolas.