Grande força colectiva para continuar a transformar Setúbal
PROJECTO Dia 26, a CDU apresentou todos os seus candidatos aos órgãos autárquicos do concelho de Setúbal. Jerónimo de Sousa destacou a obra realizada, «um trabalho notável que queremos continuar a desenvolver».
Setúbal tem todos os motivos para renovar a confiança na CDU
No Largo da Fonte Nova, «coração» do Centro Histórico de Setúbal, foram apresentados por Fernando Casaca e Conceição Correia os 260 candidatos que vão concorrer pelas listas da CDU à Câmara (22) e Assembleia (66) municipais, às assembleias de freguesia de Gâmbia, Pontes e Alto da Guerra (26), do Sado (18) e de S. Sebastião (42), assim como às uniões de freguesia de Azeitão (26) e de Setúbal (38). Antes teve lugar um jantar, acompanhado com os ritmos de Jorge Nice, artista da região, que apresentou temas originais e covers, como «Setúbal» e «Traz outro amigo também», de Zeca Afonso.
«Transformámos». Com esta palavra, poderosa, Maria das Dores Meira, candidata que se recandidata à presidência da autarquia, começou por sublinhar que, «juntos», os eleitos da CDU – na Câmara e Assembleia municipais, assim como nas juntas e nas assembleias de freguesia – deram corpo a uma «força colectiva que se multiplica quando os eleitos se envolvem com o povo, os cidadãos desta cidade e deste concelho».
Mais adiante, recordou que, em 2001, depois de uma gestão desastrosa do PS (de 1987 a 2001), a CDU encontrou o município de Setúbal «falido, paralisado e sem obra», tendo arregaçado as mangas e lançado mãos à obra.
Entre muitas outras intervenções, que «estão à vista de todos e são muitas», Maria das Dores Meira destacou o Bairro da Bela Vista, que há uns anos era notícia pelos piores motivos, e que hoje, «essa ilha de gente boa, capaz e solidária, dá um exemplo ao mundo, motivo de reportagens internacionais pela inclusão e transformação ali realizadas».
Colectivo
Manifestando «orgulho» nos seus «camaradas e amigos» que assumem as candidaturas às assembleias das juntas, assim como a lista à Assembleia Municipal (AM), Maria das Dores Meira destacou o nome de André Martins, candidato à presidência da AM, do Partido Ecologista «Os Verdes» (PEV), actual vereador no executivo municipal, que não esteve presente por motivos de doença.
«Este louvor é extensivo aos meus camaradas que integram o colectivo que de novo se apresenta formalmente como a equipa que quer e vai dirigir os destinos de Setúbal e dos setubalenses nos próximos quatro anos», afirmou, apelando: «Passem a palavra, precisamos dos vossos votos para continuar o processo e calar o ruído estéril daqueles que nada mais têm para oferecer do que palavras vazias de sentido».
Progresso
Em 2001, no mesmo Largo da Fonte Nova, a CDU assumiu um grande compromisso: «Setúbal vai ser diferente», em forma de canção. Dezasseis anos depois, esta força política cumpriu o que prometeu e hoje «Setúbal já é diferente». Toy, autor dos hinos de campanha e apoiante da CDU, na impossibilidade de estar presente, dirigiu-se aos participantes naquela iniciativa numa mensagem escrita em que considera ser uma enorme honra poder estar «do mesmo lado da luta pelo progresso do nosso concelho». «Espero que este seja o início de mais uma estrondosa vitória de todos os setubalenses», afirma.
Depois da intervenção de Maria das Dores Meira falou João Vicente, vice-presidente da Comissão Directiva da Associação Intervenção Democrática, que deixou um «recado» ao futuro executivo municipal: «No concelho estão sediadas quase 12 mil empresas que asseguraram mais de 35 mil empregos. Destas, só 12 são grandes empresas que não asseguram sequer 20 por cento do emprego. As micro, pequenas e médias empresas são, obviamente, o corpo e a alma da economia setubalense. Acontece que o corpo está cada vez mais frágil e a alma, por este andar, quase a bater à porta do “inferno”». «Embora saibamos que a desdita desta importantíssima parcela de tecido empresarial radica muito mais na acção ou inacção do Poder Central, não podemos deixar de reconhecer e lembrar que o Poder Local pode e deve amenizar esta tendência para o abismo», sublinhou.
Mobilização
Heloísa Apolónia, da Comissão Executiva Nacional do PEV, recordou que o anterior governo destruiu «a vida de muita gente» em nome dos «condicionalismos de Bruxelas» e que o actual momento deve-se «às forças que compõem a CDU».
«O nosso primeiro objectivo foi acabar, mesmo, com a lógica de empobrecimento que o governo PSD/CDS tinham criado. E, para isso, era fundamental puxar o PS para a recuperação de rendimentos, para o aumento dos apoios sociais, para o fim da sobretaxa de IRS, a redução do IVA na restauração, a reposição dos feriados, a reposição das 35 horas na função pública, entre tantas outras questões», descreveu Heloísa Apolónia, prometendo: «Continuaremos [PCP e PEV] o nosso trabalho na Assembleia da República para desenvolver o País e promover a qualidade de vida das pessoas».
Contradições
Jerónimo de Sousa acusou, de igual forma, o Governo minoritário do PS de, nas questões mais «estruturantes e fundamentais», continuar a pautar-se «por grandes orientações da política de direita». «As contradições [do PS] estão cada vez mais patentes e têm reflexos cada vez mais evidentes nas decisões que se impunham para dar novos passos na reposição de direitos e rendimentos dos trabalhadores e das populações» e «para a concretização de novos avanços na solução dos problemas nacionais», denunciou, dando como exemplo «as orientações e os objectivos definidos no programa nacional de reformas» e a recusa do «fim da caducidade da contratação colectiva». «Os direitos dos trabalhadores são uma zona de fronteira entre a esquerda e direita», afirmou, rematando: «O PS tem que se decidir, ficando do lado dos trabalhadores e não derrotando as nossas propostas [do PCP], por mais justiça no trabalho, pelo respeito e valorização dos direitos individuais e colectivos».
Confiança
Sobre os candidatos ali apresentados, o Secretário-geral do PCP disse que «têm em comum a vontade de construir um concelho melhor, uma sociedade diferente, um mundo mais justo». «Temos razões para partir com confiança para esta batalha eleitoral», garantiu, considerando o trabalho realizado no concelho de Setúbal como um «motivo de orgulho para todos nós». Entre outros, destacou projectos «profundos e inovadores» como o «Setúbal mais bonita», o «Ouvir a população» e o «Nosso bairro, nossa cidade», assim como o facto de Setúbal ter sido Capital Europeia do Desporto em 2016.
Neste sentido, acrescentou, «a população do concelho de Setúbal tem todos os motivos para renovar a confiança que tem manifestado na CDU, reforçando-a com mais votos e mais mandatos».