Recuperar na Amadora a centralidade perdida
AMADORA Uma gestão autárquica que dê prioridade à população é o mote da candidatura da CDU aos órgãos municipais da Amadora, cujos cabeças-de-lista foram apresentados, sábado, 29 de Abril.
A Amadora precisa de uma gestão CDU
Amável Alves e Francisco Santos já tinham sido dados a conhecer como os primeiros candidatos da Coligação PCP-PEV à Câmara e Assembleia municipais da Amadora, respectivamente. Impunha-se, porém, a sua apresentação formal. E foi isso que sucedeu no sábado, 29 de Abril, numa iniciativa que assumiu o figurino de festa popular. Conjugando, aliás, com o que de mais genuíno existe no projecto autárquico da CDU: o seu inexorável vínculo aos trabalhadores e ao povo, aos seus anseios e aspirações.
Cerca de duas centenas de pessoas marcaram presença no acto realizado no Clube Recreativo Bairro de Janeiro. Para almoçar e ouvir a música popular portuguesa, primeiro, e para escutar as intervenções políticas, depois. De entre estas destaca-se a proferida pelo cabeça-de-lista à Câmara Municipal da Amadora, Amável Alves, maquinista e ex-dirigente da CGTP-IN, que logo nas primeiras palavras deixou clara a proposta que daqui até ao próximo dia 1 de Outubro será levada ao maior número de amadorenses possível.
«A Amadora precisa de uma gestão CDU que ponha os interesses das populações e dos trabalhadores à frente dos negócios e dos interesses particulares; de uma equipa composta por homens e mulheres do PCP e do PEV, por democratas sem filiação partidária, que trabalhe em prol do desenvolvimento do concelho e do bem-estar da população.
«Uma equipa dinâmica, experiente e firme na defesa dos interesses locais» que lute «para que a Amadora deixe de ser um concelho periférico e pouco relevante na Área Metropolitana de Lisboa».
Amável Alves indicou, em seguida, alguns dos eixos que a CDU identifica como fulcrais para recuperar a centralidade perdida em resultado de 20 anos de gestão PS. Apostar no desporto e na cultura; criar condições para o investimento produtivo e para a consolidação de postos de trabalho; apoiar os micro, pequenos e médios empresários e comerciantes e o movimento associativo e popular; defender os serviços públicos e os direitos dos trabalhadores; travar o envelhecimento e promover a participação da população «no seu bairro, na associação, na sua freguesia, na sua cidade, na construção de uma sociedade mais justa e inclusiva onde todos tenham lugar e gostem de viver», disse.
Força distinta
O primeiro candidato do PCP-PEV à Câmara da Amadora criticou, posteriormente, o que considera ser o «seguidismo do PS face às políticas de direita», atribuindo a tal comportamento o afastamento dos serviços públicos das populações. São disso exemplos o encerramento de estações dos correios e de centros de saúde, a redução dos comboios do Metropolitano às horas de ponta entre a Pontinha e a Reboleira, ou a proposta de fecho do balcão da CGD na Brandoa, situações à cerca das quais a CDU interveio e lutou e vai continuar a fazê-lo, referiu.
Daí que Amável Alves tenha frisado que a CDU é uma força distinta, «pela dimensão democrática e participada presente na sua gestão, pela intervenção coerente em defesa do poder local.
«Distinta na exigência da devolução das freguesias roubadas ao povo», na «intransigente defesa do acesso à saúde, à cultura, ao desporto, à protecção social e à mobilidade», insistiu.
Diferente das demais forças políticas e alternativa à gestão PS na Câmara da Amadora, acrescentou Amável Alves, «na valorização os trabalhadores das autarquias», na «forma como se relaciona, estimula e apoia o movimento associativo e popular», na «política de uso do solo, determinada pelo interesse público e não pela especulação».
Antes de Amável Alves intervieram na iniciativa Carlos Almeida, líder da bancada do PCP-PEV na Assembleia Municipal da Amadora no presente mandato e mandatário da candidatura, Miguel Lourenço, eleito naquele órgão em representação do PEV, e Francisco Santos, actual vereador do PCP na Câmara Municipal da Amadora e cabeça-de-lista à Assembleia Municipal. Todos realçaram a necessidade de combater a exclusão e as desigualdades sociais e mostraram como os eleitos do PCP-PEV, pese embora a maioria absoluta do PS e a sua presunção de auto-suficiência na gestão municipal, foram «a voz das populações» que reclamaram condições dignas nos bairros municipais ou melhores transportes públicos, para referir alguns dos vários exemplos arrolados por Francisco Santos.
A apresentação de candidatos terminou com uma intervenção de Armindo Miranda, da Comissão Política do PCP, que alertou que os trabalhadores não se devem iludir, pois, apesar dos avanços e conquistas alcançados ao nível da reposição de direitos e rendimentos – os que derivam no fundamental das propostas e acção do Partido e dos trabalhadores, recordou – quer ao nível local quer ao nível nacional o PS permanece amarrado às orientações da política de direita. Pelo que ninguém está dispensado da luta, advertiu.