Revolução e reacção
Como em devido tempo anunciámos, o PCP vai realizar a 28 de Janeiro a abertura das comemorações do Centenário Revolução de Outubro, a desenvolver ao longo de 2017 sob o lema «centenário da Revolução de Outubro – socialismo, exigência da actualidade e do futuro», valorizando e projectando as suas extraordinárias conquistas e realizações.
Ao mesmo tempo, dará combate à poderosa e multifacetada campanha ideológica do grande capital contra o ideal e o projecto libertador da Revolução de Outubro, de que começam a surgir as primeiras e sintomáticas expressões em alguns órgãos da comunicação social dominante.
É o caso do Expresso, que numa espécie de tiro de partida anunciou a distribuição gratuita do livro de Simon Montefiore, «Estaline – A Corte do Czar Vermelho», dedicando ao assunto três páginas em cada uma das duas últimas edições de 2016, incluindo entrevistas a Francisco Louçã e Paulo Portas, autores dos dois prefácios, onde se especifica que a oferta é feita «a propósito da celebração do 100.º aniversário da Revolução Russa». A iniciativa é acompanhada por uma intensa campanha de publicidade, inclusive na TV.
Não está em causa a opção do tratamento da Revolução de Outubro através da análise crítica à intervenção de uma personalidade (qualquer que seja), mas sim a sua diabolização – como é o caso – numa ofensiva ideológica que visa a própria Revolução e as profundas transformações que trouxe à Rússia e ao mundo, ao mesmo tempo que procura apagar o papel decisivo e determinante que nela tiveram a classe operária e o povo russo liderados pelo Partido Bolchevique com o notável contributo de Lénine.
Bem pode o Expresso, qualquer que seja o pretexto, tentar atacar, denegrir, caricaturar ou criminalizar as extraordinárias realizações, valores e ensinamentos da Revolução de Outubro. O PCP e muitos democratas e patriotas comemorarão este Centenário afirmando, perante um capitalismo em profunda crise estrutural, o socialismo como exigência da actualidade e do futuro.
Por muito que lhes custe, como afirmou Álvaro Cunhal, «nem o projecto comunista de uma sociedade nova e melhor deixou de ser válido, nem o capitalismo se mostrou ou se mostra capaz de resolver os grandes problemas da humanidade e se pode considerar um sistema definitivo».