Mensagem de Ano Novo de Jerónimo de Sousa

Em 2017 com confiança

O Secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, emitiu no dia 28 de Dezembro uma mensagem de Ano Novo, que transcrevemos na íntegra.

É possível dar um salto qualitativo na luta pela alternativa

2017 está aí e com ele desejamos e tudo faremos para que se renove e amplie o horizonte de esperança que a luta dos trabalhadores e do nosso povo abriu e com ela também a actual fase da vida política nacional. O ano que agora finda mostrou que o País não está condenado a ter como única opção o caminho de agravamento da exploração, declínio e retrocesso.

Os resultados são ainda limitados, porque limitadas são ainda as políticas e as opções da acção governativa para dar resposta aos graves problemas nacionais que anos e anos de política de direita e de intervenção externa impuseram ao País. Nós sabemos que é necessário e possível ir mais longe. Mas sabendo-o não se pode subestimar os avanços que se deram na reposição de rendimentos e direitos dos trabalhadores, no estímulo às actividades dos micro e pequenos empresários, no reforço da garantia dos direitos à saúde, à educação, à segurança social, à cultura, porque neles participámos com a nossa iniciativa e proposta, dando expressão à luta do nosso povo.

Mas se valorizamos os passos dados, não podemos esquecer as muitas centenas de milhares de portugueses atingidos pelo desemprego, sujeitos a um trabalho precário e sem direitos, os muitos milhares de jovens que continuam a emigrar, aos baixos salários e às baixas reformas, as desigualdades sociais e regionais, os muitos milhares que aspiram a viver com dignidade e em segurança. Não podemos esquecer que os níveis de crescimento económico que temos vindo a conhecer não são suficientes para tirar o País do marasmo a que foi conduzido. É necessário um crescimento continuado, prolongado, sustentável, criador de mais riqueza com uma repartição mais justa!

É uma ilusão pensar que é possível inverter o rumo de empobrecimento do País sujeito às políticas, aos critérios, aos objectivos impostos a partir do exterior, nomeadamente da União Europeia e aos interesses dos grandes grupos económicos e financeiros.

Portugal não pode deixar passar mais tempo adiando opções necessárias e indispensáveis ao seu desenvolvimento. Temos afirmado que a opção não é entre conformarmo-nos com o que está ou andar para trás. A opção é encontrar uma resposta duradoura para os problemas nacionais. E isso é possível!

A opção está em enfrentar o problema da dívida, preparar o País para se libertar da submissão ao euro, rejeitar as imposições do Tratado Orçamental e de outros instrumentos, assegurar o controlo público sobre a banca e o sector financeiro. A opção é romper com a política de direita e adoptar uma política patriótica e de esquerda.

Vamos iniciar 2017 convictos de que é possível dar um salto qualitativo na luta pela alternativa. A alternativa capaz de assegurar uma resposta decisiva aos problemas nacionais. Que é possível fazer de 2017, com a luta dos trabalhadores e do povo, não só um tempo de esperança, mas de novos e mais decididos avanços no melhoramento das condições de vida do nosso povo!

Na concretização desse objectivo podem contar com este Partido que jamais deixará de agir para assegurar para Portugal um rumo de desenvolvimento económico, progresso social e independência nacional e garantir uma vida melhor para os portugueses. É com confiança que encaramos 2017! A confiança dos que sabem que é possível um Portugal mais justo, mais solidário e mais desenvolvido. 



Mais artigos de: PCP

Afirmar a alternativa

A afirmação e valorização dos aspectos essenciais da política patriótica e de esquerda, definidos no XX Congresso, é um dos objectivos imediatos do PCP.

Património deve beneficiar as populações

O PCP assinalou os 15 anos da classificação do Alto Douro Vinhateiro como património mundial e lembrou que há ainda muito por fazer em benefício da região e das suas populações.

Por uma gestão única e pública

A intenção do Governo de criar uma entidade denominada «Portos do Algarve» é de louvar, sublinha o PCP, que há muito defende a gestão integrada de todos os portos comerciais, de pesca e de recreio da região. Contudo, nota, o texto...

Pressão e chantagem na CP Carga

Num comunicado de meados de Dezembro do seu Sector Ferroviário, o PCP acusa a Medway, antiga CP Carga, de pressionar os trabalhadores com «ameaças, chantagens e imposições externas». Em causa está a exigência da administração para que os trabalhadores...

O Militante nas bancas a 2 de Janeiro

«Este é o nosso tempo!», lê-se na capa da edição de Janeiro/Fevereiro de O Militante, onde surge ainda uma grande fotografia do XX Congresso do PCP. O tema é retomado no texto de abertura, intitulado «Levar à prática o XX...

Atitude inqualificável

A Comissão Concelhia do Montijo do PCP acusa o presidente da Câmara Municipal, Nuno Canta, de desrespeitar a recomendação da Assembleia Municipal de dar ao Parque de Exposições o nome de Acácio Dores, antigo presidente do município e alguém que, para o PCP,...

Armas de propaganda massiva

Os grandes media respondem às necessidades e aos interesses dos grupos económicos que os detêm, sabemo-lo. Mas respondem igualmente às necessidades e aos interesses das classes dominantes e da sua ideologia: cá dentro como lá fora. A imprensa escrita, a rádio e a...