Alto Douro Vinhateiro reconhecido pela UNESCO há 15 anos

Património deve beneficiar as populações

O PCP assinalou os 15 anos da classificação do Alto Douro Vinhateiro como património mundial e lembrou que há ainda muito por fazer em benefício da região e das suas populações.

O que a UNESCO consagrou foi o fruto do trabalho humano

A Organização Regional de Vila Real do PCP saudou os durienses pela passagem de 15 anos sobre a classificação pela UNESCO do Alto Douro Vinhateiro como «Património da Humanidade – Paisagem Viva e Evolutiva». Num comunicado de 14 de Dezembro, o Partido releva esta distinção pelo que ela representa de reconhecimento da «dimensão humana do trabalho e da capacidade de um povo em vencer adversidades e transformar a natureza, tornando-a ainda mais bela e produtiva, enriquecendo assim o património nacional e da humanidade».

De facto, salientam os comunistas, foi o trabalho humano «que fez desta região a mais antiga região demarcada e regulamentada do mundo», que «transformou montes em socalcos, a pedra em terra, a terra em seiva e a seiva no vinho do Douro», sendo esse mesmo trabalho que tornou possível a classificação da UNESCO. Como seria de esperar, esta classificação criou «legítimas expectativas quanto às potencialidades de desenvolvimento, ao nível regional e nacional, que esta região comporta». A realidade, contudo, encarregou-se de as frustrar, devido às opções políticas de sucessivos governos.

Beneficiar as populações

Hoje, lembra ainda o PCP, a Região Demarcada do Douro continua a ser a região mais pobre do País e uma das mais pobres da União Europeia, ao nível das condições de vida das suas populações e do rendimento da esmagadora maioria dos milhares de vitivinicultores. Não por acaso, a região perdeu nos últimos 10 anos cerca de 15 mil pessoas. Muito embora a região demarcada tenha sido construída pelo «esforço e suor de pequenos vitivinicultores», acrescenta o PCP, estes estão a ser obrigados a abandoná-la, «fruto da ausência de políticas de apoio à agricultura, designadamente nas zonas de menor rendimento». No Alto Douro Vinhateiro, garante ainda o Partido, há um «profundo contraste» entre as condições de vida e rendimentos da maioria da população e os «lucros e ostentação dos proprietários das grandes casas exportadoras e comerciais e dos empresários do turismo».

O Partido sublinha ainda, como marca da situação actual, a «ausência de medidas para garantir a regulamentação do mercado do vinho generoso do Douro», agravada com o desmantelamento da Casa do Douro. O resultado é o arrastar para a falência e para o abandono da produção milhares de pequenos vitivinicultores. A melhor forma de comemorar os 15 anos da classificação da UNESCO é, para o PCP, concretizar uma política que garanta que as populações serão também «beneficiárias das vantagens deste merecido reconhecimento». 



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