Normalizar a negociação e aumentar salários

Levada a carta à ANIMEE

Dirigentes e delegados sindicais, representando milhares de trabalhadores de empresas fabricantes de material eléctrico e electrónico, entregaram dia 15 à ANIMEE a Carta Reivindicativa para 2017, com um alerta de luta.

Os patrões só ouvem a voz da unidade e da luta dos trabalhadores

O documento resultou de uma proposta da Fiequimetal/CGTP-IN e dos sindicatos com representação no sector, que foi discutida com os trabalhadores nos últimos dois meses. A entrega à associação patronal foi assinalada com uma concentração nacional de representantes dos trabalhadores, ao fim da manhã de quinta-feira da semana passada, em frente à sede da ANIMEE, na Avenida Guerra Junqueiro, em Lisboa.

A jornada serviu também para exigir a normalização do processo de negociação do contrato colectivo de trabalho e o fim do bloqueio patronal da contratação colectiva.

Em contraposição à perda de poder de compra dos salários, à intensificação dos ritmos de trabalho (que neste sector é apontada como a principal causa de doenças profissionais), à precariedade de emprego e ao desajustamento das carreiras profissionais, foram apontados os elevados lucros das empresas. «Só em 2015, meia dúzia de multinacionais obtiveram resultados líquidos superiores a 250 milhões de euros», disse Rogério Silva, coordenador da Fiequimetal e membro da Comissão Executiva da CGTP-IN.

Intervindo na concentração, pouco antes de uma delegação subir à sede patronal, acentuou que «a resistência dos trabalhadores e a sua luta têm permitido que os direitos que emanam do nosso contrato colectivo sejam respeitados nas empresas do sector» e assegurou que, «se não houver avanços, nos próximos meses, vamos agir em conformidade» e «em cada empresa, dar a resposta à altura dos acontecimentos».

Sobre os problemas mais sentidos e a resposta dos trabalhadores, falaram também dirigentes do SIESI, do SITE CSRA e do SITE Norte, como se refere na notícia publicada no sítio electrónico da federação. O caso da Hanon Systems, em Palmela, foi apontado como exemplo da disponibilidade crescente para fazer frente à imposição de horários e ritmos de trabalho «cada vez mais desumanos». Contra a intenção da administração de roubar o direito ao descanso no dia 23 de Dezembro, há muito conquistado, os trabalhadores marcaram greve para essa data.

A delegação, recebida por um representante patronal, informou que a ANIMEE declarou que irá analisar a Carta Reivindicativa. Numa breve intervenção, antes de terminar o protesto na rua, João Torres, da Comissão Executiva da CGTP-IN, alertou que esperar a resposta patronal não basta, sendo essencial acentuar os sinais de disponibilidade para intensificar a luta, pois é isso que os patrões vêem».

 



Mais artigos de: Trabalhadores

O mínimo dos patrões

Para a CGTP-IN, a proposta do Governo sobre o salário mínimo nacional é «um documento desequilibrado e de cedência inequívoca às chantagens das confederações patronais».

Dia de luta no Porto

O plenário da União dos Sindicatos do Porto foi realizado num dia em que ocorreram acções de protesto no comércio, na saúde, na hotelaria, na alimentação e nas telecomunicações.

Luta nos supermercados

Porto, Avenida da Boavista Porto, Rua 5 de Outubro Olival das Minas, Vialonga   O Sindicato do Comércio, Escritórios e Serviços (CESP/CGTP-IN) rebate a estratégia patronal para...

Travar o ataque nos Seguros

O ministro do Trabalho deve intervir para travar o ataque à contratação colectiva desencadeado pelas seguradoras, que procuram ganhar cerca de 40 milhões de euros por ano, à custa de congelamentos de carreiras e promoções, do fim das...

Exemplo na EMEF

Se quer combater a precariedade laboral, o Governo tem de dar o exemplo e promover a admissão de pessoal na EMEF, defenderam as organizações representativas dos trabalhadores da empresa de manutenção ferroviária, no dia 16. Uma...