Carristur espera Finanças
No dia 22, sexta-feira, a meio da manhã, um grupo de trabalhadores da Carristur realizou uma marcha de protesto, desde o Largo do Rato até à residência oficial do primeiro-ministro, dando expressão pública à greve que decorreu nesse dia, contra a redução unilateral dos salários imposta pela empresa.
Um dirigente da Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (Fectrans/CGTP-IN), explicou à agência Lusa que os trabalhadores contestam, sobretudo, o não cumprimento do acordo colectivo de trabalho firmado em Dezembro, que determinou a actualização dos salários mais baixos, de 560 para 630 euros. Aplicado em Janeiro, o aumento foi retirado em Fevereiro, o que esteve na origem de várias acções de luta, desde então. Manuel Leal acrescentou que, agora, a administração da Carristur afirma que «tem os meios financeiros para cumprir o acordo, mas falta a autorização do Ministério das Finanças».
Há mais de um mês, a 15 de Junho, os trabalhadores escreveram ao primeiro-ministro a expor a situação. Um dos objectivos da marcha de sexta-feira foi pedir uma resposta a essa carta.
O percurso incluiu uma passagem frente à Assembleia da República, onde Bruno Dias se juntou aos trabalhadores. O deputado do PCP, que acompanhou o final do desfile, até à residência do primeiro-ministro, manifestou solidariedade e saudou a luta dos trabalhadores, porque «só assim conseguem defender os seus direitos».
CP sem pessoal
Poucas horas antes, a Fectrans tinha realizado uma visita à Linha de Sintra, para a qual convidou todos os grupos parlamentares, procurando alertar para a «redução cega de postos de trabalho» e as consequências que esta tem na degradação do serviço público e nas condições dos trabalhadores.
Bruno Dias, único deputado presente, em representação do PCP, confirmou «uma grande necessidade de reforço de pessoal nos vários serviços», criticando a prática de tapa-buracos que se instalou para tentar cobrir as falhas. Notou ainda a necessidade de renovação do material circulante, lembrando que está suspenso um concurso público desde 2008.