Nos hotéis Fénix e nos cafés

O Sin­di­cato da Ho­te­laria e Si­mi­lares do Norte, da Fe­saht/​CGTP-IN, re­a­lizou na se­gunda-feira e an­te­ontem, no Porto, ini­ci­a­tivas de pro­testo e rei­vin­di­cação, contra a pre­ca­ri­e­dade e por au­mentos sa­la­riais.
Com ban­deiras e car­tazes, e uma banca que as­si­na­lava os mo­tivos da acção e também servia de apoio à dis­tri­buição de um co­mu­ni­cado em in­glês e em por­tu­guês e à re­colha de subs­cri­ções de cli­entes para um abaixo-as­si­nado, di­ri­gentes e ac­ti­vistas sin­di­cais reu­niram-se no dia 25, frente ao Hotel Ipa­nema Park, para onde o sin­di­cato con­vocou também a co­mu­ni­cação so­cial.
Neste «cinco es­trelas» do Grupo Fénix não há au­mentos sa­la­riais desde 2011 e a mai­oria dos seus 100 tra­ba­lha­dores «leva para casa cerca de 500 euros por mês», como re­feriu um di­ri­gente do sin­di­cato à agência Lusa. Fran­cisco Fi­guei­redo ob­servou que, «nem com a des­cida do IVA, de 23 para 13 por cento, os pa­trões se ma­ni­fes­taram dis­po­ní­veis para darem au­mentos sa­la­riais», mas «os preços con­ti­nuam a au­mentar, quer no alo­ja­mento, quer na res­tau­ração».
A ilus­trar a ideia de que a pre­ca­ri­e­dade no sector não se li­mita a cafés e pas­te­la­rias, re­feriu que, na­quele hotel, «o alo­ja­mento, os an­dares, a lim­peza, a la­van­daria já não têm tra­ba­lha­dores» do quadro e «mesmo os tra­ba­lha­dores do res­tau­rante, do bar e da co­zinha são tra­ba­lha­dores tem­po­rá­rios».
No dia se­guinte, os pro­testos di­ri­giram-se a três ou­tros ho­téis do Grupo Fénix (Tuela, «Tu­e­linha» e Fénix) no Porto e também aos cafés, res­tau­rantes e pas­te­la­rias na Praça da Li­ber­dade.
O sin­di­cato re­cordou que «o sector cresce su­ces­si­va­mente desde 2013» e «vive uma si­tu­ação ex­ce­lente, com o au­mento enorme de hós­pedes e dor­midas», en­quanto «os preços já ul­tra­passam os pra­ti­cados em 2008». Mas «con­tinua a haver jor­nadas de tra­balho de 10 e 12 horas diá­rias, sem pa­ga­mento do tra­balho su­ple­mentar», há tra­balho não de­cla­rado e vi­o­lação dos di­reitos dos tra­ba­lha­dores, o que também co­loca em causa a qua­li­dade do ser­viço, como o sin­di­cato re­feriu, ao re­clamar do Go­verno «me­didas es­pe­ciais para o sector».
Estas ac­ções vão pros­se­guir, tanto di­ri­gidas a uni­dades ho­te­leiras onde ainda não houve au­mentos sa­la­riais, como à as­so­ci­ação pa­tronal Aphort.

 



Mais artigos de: Trabalhadores

Verão de lutas

A Fi­e­qui­metal/​CGTP-IN des­tacou vá­rios casos de em­presas da in­dús­tria e energia onde, mesmo com Julho a findar, ocor­reram greves e ou­tras ac­ções de luta, com ex­pressão pú­blica, nos úl­timos dias.

Precariedade exposta

Os ele­vados ní­veis de em­prego pre­cário no ae­ro­porto de Lisboa, mas também os sa­lá­rios baixos e os ho­rá­rios à von­tade do pa­trão, foram pu­bli­ca­mente ex­postos e con­de­nados, numa acção con­junta de vá­rias es­tru­turas da CGTP-IN.

Greve na Saúde

Os sin­di­catos dos En­fer­meiros e da Função Pú­blica man­ti­veram a greve na Saúde, com início às zero horas de hoje, para exigir o fim das dis­cri­mi­na­ções no ho­rário de tra­balho e a ad­missão de pes­soal há muito ne­ces­sário nos ser­viços.

Carristur espera Finanças

No dia 22, sexta-feira, a meio da manhã, um grupo de trabalhadores da Carristur realizou uma marcha de protesto, desde o Largo do Rato até à residência oficial do primeiro-ministro, dando expressão pública à greve que decorreu nesse dia, contra...

Fúria patronal mostra cinismo

A «fúria» das confederações patronais na reacção à aprovação da lei sobre o combate ao trabalho forçado «só vem demonstrar que o patronato, embora publicamente e de forma claramente cínica se afirme contra qualquer forma de...

Gestamp despede

Para hoje, 28, está agendado um novo plenário dos trabalhadores da Gestamp, que terá lugar, às 15 horas, junto à portaria da empresa, em Vendas Novas. Em causa está a redução de 25 trabalhadores, através da caducidade dos contratos de trabalho e...

Greve na TN

Os trabalhadores da TN (Transportes Nogueira e FRT Cargo), em Famalicão, estiveram ontem em greve em defesa da aplicação dos direitos constantes no contrato colectivo de trabalho e contra o clima repressivo na empresa. Manifestaram, de novo, solidariedade para com um trabalhador que há...

Aumentos no Pingo Doce

Perante a luta e o descontentamento dos trabalhadores, nomeadamente em torno do caderno reivindicativo dinamizado pelo Sindicato do Comércio, Escritórios e Serviços, onde consta uma proposta de tabela salarial, a administração do Pingo Doce (Grupo Jerónimo Martins) veio...