Nem caixinha nem caixão

Comissão de Trabalhadores e Sindicato dos Trabalhadores das Empresas do Grupo CGD (STEC) contestam que, à boleia da recapitalização da Caixa Geral de Depósitos, seja imposto um plano de redução da actividade e de redimensionamento do número de trabalhadores e agências em Portugal e no estrangeiro.

Na quarta-feira, 22, o ministro das Finanças admitiu, em conferência de imprensa, que o Governo está a discutir com a União Europeia o plano de capitalização da CGD implicando o seu redimensionamento em vários domínios. Mário Centeno escusou-se, porém, a adiantar números.

Em reacção, a CT da CGD considerou que «a intenção de diminuir fortemente o número de trabalhadores e de agências» é «prejudicial e contraditória com a tese do reforço da CGD e do seu papel fundamental para o País e para a economia nacional».

Aquela organização representativa dos trabalhadores acrescenta que «diminuir as capacidades de operacionalidade da CGD em Portugal e na área internacional, ambas relevantes, vem permitir um enfraquecimento da sua influência e até o seu progressivo desaparecimento, deixando campo de manobra para avanços nestas mesmas áreas por parte de empresas financeiras concorrentes do sector privado, prejudicando não apenas a CGD mas o interesse público».

A CT sublinha ainda, em comunicado citado pela Lusa, que «é necessária a operação de recapitalização proposta pela tutela e pelo Governo, a fim de serem criadas condições que permitam prosseguir a sua função bancária e para que a sua missão assumida de serviço público seja cumprida», porém rejeita «uma CGD financiada mas fragilizada».

No mesmo sentido pronunciou-se o STEC, que reiterando estar contra a transformação da CGD numa «caixinha», manifesta-se igualmente contra o encerramento de balcões (fala em 300) e a destruição de postos de trabalho (refere cerca de 2500).

O sindicato rechaça também intenções de «enterrar» parte do negócio e o papel da CGD, «o único Banco de capital 100 por cento nacional, numa posição de subalternidade perante a restante banca que opera em Portugal», e denuncia, o facto de o plano ter sido elaborado sem auscultação dos representantes dos trabalhadores, e de se moverem «interesses obscuros» com o objectivo de «acabar com um Banco público que tem a maior quota de mercado e transformá-lo num pequeno Banco público, com uma reduzida intervenção na economia e na sua ligação às populações».

 



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