de recrutamento
«Mais mil e tantos...»
A Organização Regional de Lisboa do PCP tem em curso uma campanha de afirmação do projecto do Partido e de recrutamento de novos militantes.
«A alternativa passa por ti», garante o PCP num apelo à adesão
Intitulada «Mais mil e tantos...», a campanha é sustentada num folheto que se encontra em distribuição em empresas, serviços, terminais de transportes públicos e, em geral, nos concelhos e freguesias do distrito de Lisboa. Nele, responde-se a um conjunto de questões frequentes sobre a política, a situação do País e o Partido e apela-se à reflexão e à acção: «pensa pela tua cabeça e toma as tuas decisões.»
À pergunta «os partidos são todos iguais?», defende-se no folheto que não, que os partidos representam os interesses das diferentes classes. Assim, «os ricos de Portugal pretendem defender os seus interesses e explorar os trabalhadores», ao passo que estes últimos, verdadeiros criadores da riqueza, «pertencem à classe social que é continuamente explorada e afastada da riqueza que produz... que fica para os mais ricos». Na luta de classes, sublinha-se, «o PCP é o partido que defende os trabalhadores e o povo português».
Quanto à hipótese de poder estar «fora de moda» ser militante de um partido, responde-se com outra pergunta: «está na moda ficar indiferente perante a angústia de quem perdeu o trabalho, de quem trabalhou uma vida inteira e tem uma reforma de miséria»? Da parte do PCP, «temos os nossos princípios, não nos orientamos por modas». Aos que afirmam «não querer saber de política», o PCP lembra que ela é «parte integrante do nosso dia-a-dia», pelo que «se não queremos saber dela, outros tomarão as decisões por nós». É por esta razão que é «importante a participação de todos na tomada de decisões que afectam toda a gente, ou seja, a política».
Reconhecendo-se ainda que «sozinhos pouco podemos fazer», faz-se um apelo directo à adesão ao Partido: é aí que «juntamos as nossas forças e ideias a um grande colectivo para transformar o País e construir uma sociedade justa para todos».
O Partido e a luta
Ao dirigir-se a potenciais futuros militantes comunistas, a Organização Regional de Lisboa explica sumariamente, no folheto da campanha de recrutamento, o que é e o que defende o Partido Comunista Português: a sua natureza de classe enquanto partido político da classe operária e de todos os trabalhadores, a sua tenaz resistência ao fascismo e o seu papel decisivo no curso da Revolução de Abril. «Fundado em 1921, o Partido Comunista Português mantém-se fiel à sua história e às suas origens e tem como objectivos a democracia e o socialismo, a luta pela construção de uma sociedade liberta da exploração de um ser humano por outro.»
O objectivo político imediato da construção de uma política patriótica e de esquerda não só não é esquecido como é explicitado: «é patriótica porque defendemos a independência e a soberania do nosso País; é de esquerda porque defendemos uma sociedade com mais direitos para quem trabalha ou trabalhou uma vida inteira.» A renegociação da dívida, o aumento dos salários e pensões e o controlo público dos sectores estratégicos da economia são as propostas enunciadas.
A afirmação do carácter estratégico da luta de massas para alcançar os objectivos políticos do Partido surge também no folheto, onde se lembra que «quem luta pode ganhar ou perder», mas quem não luta «perde sempre». Sem a luta de gerações, recorda-se, «as crianças ainda entrariam nas fábricas para trabalhar, não poderíamos falar livremente, ter direito a um salário, a serviços de saúde, à educação»...
Resultando a alternativa patriótica e de esquerda da luta dos trabalhadores e do povo, o Partido dirige-se a cada uma das pessoas garantindo que «a alternativa passa, também, por ti». «Tu fazes falta ao nosso lado.»