Tribunal angolano dita sentença

O Tri­bunal Pro­vin­cial de Lu­anda con­denou os 17 ci­da­dãos an­go­lanos, que estão a ser jul­gados desde No­vembro pas­sado, a penas que vão dos dois a oito anos e seis meses de prisão, pelos crimes, entre ou­tros, de actos pre­pa­ra­tó­rios de re­be­lião e as­so­ci­ação de mal­fei­tores. A de­fesa e o Mi­nis­tério Pú­blico anun­ci­aram que iriam apre­sentar re­curso para o Tri­bunal Su­premo de An­gola.

Face à ins­tru­men­ta­li­zação deste pro­cesso em Por­tugal, o PCP, re­a­fir­mando a de­fesa do di­reito de opi­nião e ma­ni­fes­tação e dos di­reitos po­lí­ticos, eco­nó­micos e so­ciais em geral, tem su­bli­nhado a im­por­tância do res­peito pela so­be­rania da Re­pú­blica de An­gola, do di­reito do seu povo a de­cidir – livre de pres­sões e in­ge­rên­cias ex­ternas – o seu pre­sente e fu­turo, in­cluindo da es­colha do ca­minho para a su­pe­ração dos reais pro­blemas de An­gola e a re­a­li­zação dos seus le­gí­timos an­seios.

Rei­te­rando a de­fesa dos di­reitos e ga­ran­tias dos ci­da­dãos an­go­lanos – e não se pro­nun­ci­ando sobre as mo­ti­va­ções dos ci­da­dãos an­go­lanos en­vol­vidos neste pro­cesso, nem sobre a forma como as au­to­ri­dades an­go­lanas in­ter­vi­eram no de­curso deste –, o PCP tem igual­mente rei­te­rado que cabe às au­to­ri­dades ju­di­ciais an­go­lanas o tra­ta­mento deste ou de ou­tros pro­cessos que re­caiam no seu âm­bito, no quadro do normal fun­ci­o­na­mento das suas ins­ti­tui­ções e de acordo com a sua ordem ju­rí­dico-cons­ti­tu­ci­onal.

Neste sen­tido, e não es­que­cendo a longa guerra de sub­versão e agressão ex­terna que foi im­posta ao povo an­go­lano e que tantos so­fri­mentos e des­truição causou, o PCP tem su­bli­nhado que não acom­panha cam­pa­nhas que, pro­cu­rando en­volver ci­da­dãos an­go­lanos em nome de uma le­gí­tima in­ter­venção cí­vica e po­lí­tica, visam efec­ti­va­mente pôr em causa o normal fun­ci­o­na­mento das ins­ti­tui­ções an­go­lanas e de­ses­ta­bi­lizar de novo a Re­pú­blica de An­gola, com a in­vo­cação de ar­gu­mentos e pre­textos já uti­li­zados para jus­ti­ficar a in­ge­rência ex­terna exer­cida sobre ou­tros países, no­me­a­da­mente no con­ti­nente afri­cano.

 



Mais artigos de: Internacional

Regresso ao passado rejeitado

A vi­sita de Ba­rack Obama e os 40 anos da ins­tau­ração da di­ta­dura foram pre­textos para os ar­gen­tinos con­tes­tarem o re­tro­cesso pro­mo­vido pelo pre­si­dente Mau­ricio Macri, que cum­priu cem dias de man­dato.

Milhares contra agressão

A ca­pital do Iémen foi palco de uma gi­gan­tesca ma­ni­fes­tação contra a in­ter­venção mi­litar sau­dita quando se cumpre um ano sobre a agressão.

Saara Ocidental reclama solução

Familiares dos presos políticos saaráuis em greve de fome desde 1 de Março agendaram, para anteontem à tarde, um protesto frente ao Ministério da Justiça marroquino para alertar para a situação em que se encontram os 13 encarcerados. Na sexta-feira, 25, familiares...

No Brasil, contra o golpe

No rescaldo das grandes acções de massas realizadas dia 18, sob convocatória de diversas forças políticas e sociais brasileiras, milhares de pessoas manifestaram-se no dia 24 em defesa da democracia, contra o golpe articulado por sectores da direita e em defesa dos direitos dos...

Desafio crucial em Cabo Verde

Em Cabo Verde, o MpD (Movimento para a Democracia), de direita, ganhou as recentes eleições legislativas e vai governar nos próximos cinco anos. O PAICV (Partido Africano da Independência de Cabo Verde), do primeiro-ministro José Maria Neves, que governou durante três...