Operação em marcha na ADSE
A Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública denunciou na semana passada uma «operação que está a ser levada a cabo» para transformar o modelo da Assistência na Doença aos Servidores do Estado (ADSE). O alerta decorre de um despacho do ministro da Saúde que criou uma comissão com esse objectivo, «apenas constituída por ditos peritos, representantes de grandes interesses privados da saúde, que deixa os trabalhadores e os seus sindicatos de fora» e «sem que, ao mesmo tempo, haja qualquer clareza das verdadeiras intenções com as mudanças que venham, eventualmente, a ser realizadas».
Para a Frente Comum, «esta atitude é inaceitável», pois a ADSE «é uma conquista secular dos trabalhadores da Administração Pública, e estes trabalhadores recusam que este sistema sirva para financiar os privados ou se transforme em seguro de saúde», como se afirma na nota que foi divulgada à comunicação social no dia 16, quarta-feira.
Recorda a Frente Comum que a ADSE é o «sistema de saúde dos trabalhadores e aposentados da Administração Pública e por estes financiado», e «já acumulou um excedente de mais de 200 milhões de euros de receita, por via do aumento de 133 por cento das suas contribuições» – aumento de 1,5 para 3,5 por cento da remuneração-base e das pensões de valor superior ao salário mínimo nacional, decidido pelo governo PSD/CDS em 2013 e 2014.
Com «máxima urgência», a Frente comum solicitou reuniões ao Presidente da República, ao primeiro-ministro, ao ministro da Saúde e aos grupos parlamentares, para discutir este caso e também o alargamento de beneficiários da ADSE e o aumento da verba paga por esta a clínicas e hospitais privados, estimado em 80 milhões de euros por ano.