Vaga de refugiados tem causas
O PCP promoveu, nos dias 18 e 19, quatro debates sobre a questão dos refugiados – em Torres Novas, na Bobadela, no Montijo e em Olhão – nos quais participaram os três deputados do Partido no Parlamento Europeu: João Ferreira, Miguel Viegas e João Pimenta Lopes. Nas sessões, em geral muito participadas, os eleitos comunistas denunciaram as causas principais daquela que é já a maior vaga de refugiados desde a Segunda Guerra Mundial, os conflitos militares que se travam nos países de origem da generalidade dos refugiados, como a Síria, o Iraque, o Afeganistão ou a Somália.
Como sublinhou João Ferreira em Torres Novas, as intervenções militares das potências ocidentais, com os EUA à cabeça, «semearam o caos e a destruição de muitas cidades em vários países». Os refugiados, acrescentou, fogem da guerra e tentam sobreviver procurando outros países».
Contrariando a ideia por alguns propalada de que os países da União Europeia estarão a ser invadidos pelos refugiados, os deputados comunistas lembraram que a maioria dos que fogem da guerra no Médio Oriente encontram asilo nos países vizinhos, como o Líbano, a Turquia ou o Paquistão. São, aliás, relativamente poucos os que chegam a entrar na União Europeia. Quanto ao acolhimento, foi denunciada a canalização de verbas para impedir a entrada de refugiados e para promover a sua expulsão, ao invés de se apostar no seu acolhimento e integração.
Como alternativa à política seguida pela UE, o PCP propõe a definição de rotas seguras e legais para a deslocação de refugiados, acabando-se assim com os negócios que rodeiam o tráfico ilegal de pessoas, e a criação de condições económicas, de políticas de cooperação e solidariedade e de vida digna para as pessoas nos seus países de origem, para que não tenham necessidade de sair.