Enfermeiros alertam

A Ur­gência Pe­diá­trica do Centro Hos­pi­talar Lisboa Norte de­fronta-se com grave ca­rência de en­fer­meiros, o que com­pro­mete a se­gu­rança dos cui­dados ali pres­tados, alertou a di­recção re­gi­onal de Lisboa do Sin­di­cato dos En­fer­meiros Por­tu­gueses, su­bli­nhando que o Hos­pital de Santa Maria se en­contra «em rup­tura».

Numa nota de im­prensa di­vul­gada dia 15, o SEP/​CGTP-IN re­corda que a ca­rência de pro­fis­si­o­nais de saúde no CHLN e em Santa Maria, um hos­pital de re­fe­rência, «há muito foi iden­ti­fi­cada, de­nun­ciada pelo Sin­di­cato dos En­fer­meiros Por­tu­gueses e é mesmo ad­mi­tida pelo Con­selho de Ad­mi­nis­tração». Con­tudo, «a di­recção do CHLN pre­tende as­se­gurar os seis postos de tra­balho que com­põem a Ur­gência com a im­po­sição de tra­balho ex­tra­or­di­nário».

Ilus­trando a ele­vada so­bre­carga de tra­balho dos en­fer­meiros neste ser­viço, o SEP re­fere que «estes pro­fis­si­o­nais já acu­mulam mais de 921 horas e os fe­ri­ados por gozar são já 167», en­quanto as horas ex­tra­or­di­ná­rias «só são par­ci­al­mente pagas».

O sin­di­cato avisa que o CHLN «as­sumiu o com­pro­misso de cor­res­ponder à exi­gência legal de im­ple­men­tação da Tri­agem de Man­chester», mas não há con­di­ções «ao nível de re­cursos hu­manos e es­tru­tura fí­sica» para al­cançar tal ob­jec­tivo.

Para o SEP, exige-se «ad­missão de mais en­fer­meiros e ho­rá­rios ade­quados, de forma a as­se­gurar as do­ta­ções se­guras ne­ces­sá­rias à pres­tação de cui­dados de en­fer­magem em se­gu­rança e de qua­li­dade».

No Centro Hos­pi­talar do Médio Tejo (Torres Novas, Tomar e Abrantes) foi con­vo­cada pelo SEP uma greve de quatro dias, com início a 29 de Março. Ao anun­ciar a luta, no dia 12, a di­recção re­gi­onal de San­tarém do sin­di­cato in­formou ainda que vai en­viar ao mi­nistro da Saúde uma ex­po­sição sobre o fun­ci­o­na­mento do CHMT.

Uma di­ri­gente ex­plicou à agência Lusa que, além de es­tarem re­vol­tados com o ho­rário de 40 horas im­posto à classe, os en­fer­meiros queixam-se do nú­mero in­su­fi­ci­ente de pro­fis­si­o­nais, do não cum­pri­mento dos ho­rá­rios, da mo­bi­li­zação entre as três uni­dades que in­te­gram o CHMT e do não pa­ga­mento de horas ex­tra­or­di­ná­rias. «Após a to­mada de posse da ad­mi­nis­tração, há um ano, o sin­di­cato sus­pendeu o pré-aviso de greve, porque foi as­su­mida uma série de com­pro­missos», mas «até hoje, nem um foi cum­prido», disse He­lena Jorge, dando nota de ame­aças e co­acção para impor os ho­rá­rios. «A si­tu­ação nas Ur­gên­cias de Abrantes é caó­tica» e a re­a­ber­tura do ser­viço de Me­di­cina In­terna em Torres Novas vai agravar ainda mais a ca­rência de pro­fis­si­o­nais.

 



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