Superior para todos
Num abaixo-assinado dirigido ao Governo, os estudantes do Ensino Superior reclamam melhores condições e «mais e melhor Acção Social Escolar» (ASE).
Estudantes esperam e desesperam para receber as bolsas
«Por todo o País, os estudantes esperam e desesperam para receber as bolsas, devido ao processo moroso e burocrático», refere o documento, onde se dá conta que «as bolsas atribuídas são insuficientes para fazer face às despesas que um estudante hoje enfrenta». Por outro lado, «assiste-se à degradação da qualidade, ao aumento de preços do prato social e ao fecho das cantinas» e faltam «condições e lugares em residências» e «outros apoios de acção social indirecta, como o passe escolar, que deixou de ser para todos os estudantes».
Neste sentido – face à «situação económica dos estudantes e das suas famílias», que «deteriorou-se muitos nos últimos anos» – exige-se uma ASE mais forte, «que dê resposta aos principais problemas sentidos e combata o abandono escolar».
«Não é aceitável que, no momento em que as famílias portuguesas atravessam maiores dificuldades, também haja redução no financiamento da ASE e um aumento generalizado dos custos com a educação», alertam os estudantes, afirmando que «o Ensino Superior, como componente essencial de um País desenvolvido, deve estar ao alcance de todos».
Interesse dos estudantes
Reclamam por isso que «o Governo tome medidas de reforço da ASE que possam corresponder aos interesses dos estudantes e do País», que deverão passar pela «reposição do passe escolar, acessível a todos os estudantes, com um desconto de 50 por cento nos passes dos transportes públicos», «um novo regulamento de atribuição de bolsas de estudo, que faça corresponder as bolsas aos reais gastos do Ensino Superior, com um aumento do número de bolsas atribuídas e do seu valor», «um processo de candidatura às bolsas menos burocrática, e uma maior rapidez na resposta e na entrega das bolsas» e «melhoria da qualidade dos Serviços de Acção Social e da sua proximidade aos estudantes, com mais meios humanos e financeiros».
Os estudantes querem, por outro lado, «mais residências e melhoria das condições nas já existentes», «redução do custo do prato social e gratuitidade do mesmo para estudantes bolseiros», «reabertura das cantinas encerradas, melhoria das infraestruturas e passagem das cantinas para os Serviços de Acção Social, com vista a um serviço de maior qualidade» e «um maior financiamento para a ASE que possibilite a aplicação destas medidas».
e preços insuportáveis
Na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, de onde partiu o abaixo-assinado, as filas de espera na cantina são «intermináveis», um «problema gravíssimo, visto que vários alunos, devido ao seu horário, têm apenas uma hora para almoçar».
Esta situação, segundo os promotores da subscrição, «deve-se ao número de funcionários da cantina que de tão reduzido ser não consegue atender o elevado número de alunos que almoçam naquele espaço» e ao facto de o espaço ser «bastante reduzido para a qualidade de estudantes que o frequentam, o que só piora se tivermos em conta a existência de longas filas de espera». Esta situação leva a que «muitos estudantes escolham almoçar em bares ou trazer comida de casa».
Outro dos problemas denunciados, que se estende a toda a Universidade do Porto, «é o elevado preço das refeições nas cantinas» (2,55 euros), um valor que somado com outras despesas, como propinas e alojamento, torna-se «deveras insuportável».