Confiança fundamentada
«Partimos para esta batalha com uma grande confiança na possibilidade de continuar o caminho de reforço da CDU com mais votos e mais deputados», afirmou Jerónimo de Sousa no comício de domingo, em Loures.
O trabalho dos deputados merece ser reconhecido
Logo de seguida, numa intervenção de que publicamos aqui alguns excertos, o Secretário-geral do PCP explicou em que se fundamenta a afirmação.
«Confiança pelo apoio que sentimos por onde andamos e por onde passamos e que a Festa do Avante! também traduziu, no que significou de adesão, de participação, de entusiasmo, de simpatia à CDU. Essa Festa que mostra, também ela, a capacidade de realização dos comunistas portugueses e dos muitos amigos e activistas da CDU, que fizeram deste espaço democrático e de fraternidade a grande Festa de Abril!
Confiança também porque estamos nesta batalha eleitoral de cabeça erguida. De cabeça erguida e com a consciência do dever cumprido.
Pelos combates que quotidianamente travamos e pela luta que desenvolvemos em defesa dos trabalhadores e do povo e contra as medidas impostas por PS, PSD e CDS e os seus acordos e pactos com a troika estrangeira.
Pelo trabalho realizado na própria Assembleia da República, tendo sempre presente as aspirações do nosso povo a uma vida melhor! Um trabalho que faz jus ao público reconhecimento da CDU como a grande força que sabe honrar a palavra dada e respeitar os compromissos assumidos. A força que esteve sempre presente em todas as mais importantes questões da vida nacional, mas também no debate e procura de soluções dos problemas concretos das populações.»
Sem paralelo
«Na Assembleia da República os deputados da CDU realizaram uma intervenção sem paralelo. Sem paralelo repetimos! Não só pelo número de iniciativas e propostas apresentadas, mas sobretudo pelo que representaram de resposta para os problemas do País, de expressão dada às muitas lutas em defesa de direitos, salários, emprego, acesso a serviços públicos.
Foram o PCP e o PEV que levaram à AR o aumento do salário mínimo nacional, a defesa de um programa de combate à precariedade, um nova política fiscal e para reforço da solidez financeira da Segurança Social, o alargamento da atribuição do subsídio de desemprego, o fim dos cortes nos salários, o aumento das pensões de reforma e a renegociação da dívida. Propostas e iniciativas que se tivessem sido aprovadas significariam uma vida melhor, num Portugal mais desenvolvido, mas que esbarraram sempre na oposição do PSD e CDS, mas também, e temos de o lembrar, na oposição do PS.
Um trabalho que merece ser reconhecido e que comprova que os partidos não são todos iguais!»
O alvoroço e a grande escolha
«Tem havido por aí um grande alvoroço, meticulosamente programado e empolado, à volta de um debate eleitoral» que foi «uma grande encenação, para dar um novo fôlego à bipolarização da vida política portuguesa e, assim, assegurar que a política de direita seguirá o seu rumo sem sobressaltos; uma grande montagem, para dar um outro alento aos partidos responsáveis pelo declínio do País e pela ruína da vida dos portugueses; uma grande operação, para vender a ideia de que a única opção seria escolher entre Costa e Passos, escolher entre a coligação PSD/CDS e o PS».
«Não! Eles não são a única opção e, muito menos, a opção para garantir o futuro do País e uma vida melhor para os portugueses!
A grande opção que está colocada aos portugueses no próximo dia 4 de Outubro é escolher entre dois caminhos: ou permitirem que prossiga o rumo de afundamento que conduziu o País à actual situação de retrocesso e empobrecimento geral, ou agarrarem a oportunidade de agora, com o seu apoio e o seu voto na CDU, abrir caminho a uma ruptura com a política de direita e concretizar uma política patriótica e de esquerda».
Uma matriz
«O que ficou muito claro [no debate entre Passos Coelho e António Costa] foi a sua comum responsabilidade pela situação do País, a responsabilidade de uns e de outros pela chamada da troika, pela imposição dos sucessivos PEC de ataque aos direitos sociais, pela condução do País para a crise.» (...) «Sim, sejamos claros, a mesma matriz no essencial, a mesma identidade de pontos de vista que os tem unido nas privatizações, no ataque aos direitos dos trabalhadores e dos seus rendimentos, na ofensiva às funções sociais do Estado e ao sistema público de Segurança Social, nomeadamente às pensões e prestações sociais, no alívio dos impostos para o grande capital e de sobrecarga para o trabalho, na defesa da ditadura do défice, dos sufocantes critérios do Tratado Orçamental e de submissão aos ditames da União Europeia e do euro.»
«Falaram da Segurança Social, plafonamento vertical para aqui, plafonamento horizontal para acolá... para não dizerem, na comum linguagem de todos os mortais, que as suas propostas, as de uns e de outros, são para cortar nas reformas e pensões e fragilizar a Segurança Social: PSD/CDS – 600 milhões de cortes já em 2016 nas reformas dos actuais pensionistas; o PS – redução do seu valor real por via do congelamento que defende.»
O voto útil
«Cada voto a mais na CDU, cada deputado a mais eleito pela CDU, é um voto a menos e é um deputado a menos naqueles partidos que são responsáveis por esta política que nos últimos 39 anos tem roubado direitos e rendimentos.
Em 4 de Outubro os deputados confiados à CDU contam sempre para retirar deputados ao PSD/CDS, contam sempre para derrotar este Governo e a sua coligação. Mas contam também para impedir que a política de desastre nacional que PS, PSD e CDS prosseguem há décadas seja agora prosseguida pela mão do PS.
O voto na CDU é o voto que conta para derrotar o Governo e a sua política mas também para condenar os partidos – PS, PSD e CDS – que assinaram o pacto com a troika estrangeira. O voto que decide de uma política patriótica e de esquerda, que não faltará nunca a soluções para defender os direitos e rendimentos dos trabalhadores e do povo. O voto numa força com que os trabalhadores e o povo sempre contaram e sabem poder contar.»
Uma alternativa realizável
«Há uma outra política, patriótica e de esquerda, capaz de assegurar o desenvolvimento do País, o progresso social, a elevação das condições de vida dos trabalhadores e do povo. Uma política que é não só indispensável, como realizável.
Realizável com a força e a luta dos trabalhadores e do povo português, com a afirmação determinada e firme do direito do País a um desenvolvimento soberano, assente na ruptura com o poder do capital monopolista e na ruptura com a submissão à União Europeia e aos seus instrumentos de dominação.
Realizável pela mobilização de recursos que a renegociação da dívida permite libertar, com a redução dos seus montantes e juros.
Realizável com os recursos da política fiscal que propomos, por via da devida tributação sobre os dividendos, a especulação financeira, o património mobiliário e as grandes fortunas. É simples a nossa proposta, mas justa: quem menos ganha menos deve pagar e quem muito ganha e muito tem deve pagar mais.
Realizável com a recuperação de importantes montantes hoje enterrados nos negócios das PPP e nos contratos swap.»