Vencer o desânimo e a resignação
A forte chuva que caía anteontem em Guimarães obrigou a transformar a acção de contacto com a população numa sessão pública da CDU realizada na sede da Associação Familiar Vimaranense. Para além das intervenções anunciadas, de Jerónimo de Sousa e da deputada e candidata Carla Cruz, a sessão ficou marcada pelos depoimentos prestados por jovens que testemunharam as imensas dificuldades com que se debatem na sua vida fruto do desemprego, dos baixos salários, da precariedade e dos cortes nos apoios sociais.
Sandra, mãe de uma filha pequena, está desempregada há vários anos e não recebe qualquer subsídio. Só o companheiro trabalha, por pouco mais do que o salário mínimo. Não fosse o apoio dos avós da criança e há muito que a vida seria impossível: «não quero emigrar, gosto muito de cá viver, mas se não houver alternativa...» Elisabete está desempregada há sete anos. É com os 500 euros auferidos pelo marido que sobrevivem juntamente com os quatro filhos menores, um dos quais autista, pelo que necessita de cuidados especiais. Para além dos baixos salários e do desemprego, o corte nos apoios sociais aplicado pelo Governo PSD-CDS agravou ainda mais uma vida já difícil.
Já Sérgio, trabalhador há 15 anos, assinou recentemente o seu primeiro contrato efectivo, depois de anos marcados em que esteve desempregado, emigrou e trabalhou à semana e ao mês. Mas, como ele próprio realçou, a assinatura do contrato efectivo não resultou da bondade de nenhum patrão ou da acção de qualquer governo, mas da luta que travou juntamente com o sindicato: na sequência de um processo ilegal de despedimento, o tribunal ordenou à Bosch a integração nos quadros da empresa.
Numa intervenção muito emotiva, em que falou dos dramas sociais criados pela política de direita e da luta dos trabalhadores e do povo, Jerónimo de Sousa apelou a todos quantos sofrem na pele o desemprego, a precariedade ou a emigração para que não se resignem, lutem pelos seus direitos e, no dia 4, votem na CDU.