Estimular a economia
Na quarta-feira, 9, Jerónimo de Sousa, Secretário-geral do PCP, e Francisco Lopes, cabeça de lista pelo círculo eleitoral de Setúbal, acompanhados por candidatos e activistas da CDU, contactaram com os trabalhadores da Visteon, em Palmela, e participaram, no Barreiro, num encontro com micro, pequenos e médios empresários.
Lutar contra a exploração e o empobrecimento
Na multinacional americana fabricante de componentes eléctricos e electrónicos para a indústria automóvel, Jerónimo de Sousa e Francisco Lopes, aproveitando a entrada e a saída dos turnos, distribuíram um documento com as propostas da CDU para o distrito de Setúbal, que, entre muitas outras, passam por «incentivar a produção nacional», «aproveitar as potencialidades do distrito: trabalhadores qualificados, população jovem, potencial para a produção, a agricultura, as pescas, o mar e o turismo» e «valorizar as micro, pequenas e médias empresas».
«Valorizar o trabalho, os salários e criar emprego», «combater a precariedade e o desemprego», «salário mínimo nacional de 600 euros no início de 2016» e «repor os salários, complementos, direitos e feriados retirados» foram outras das soluções apresentadas, e bem acolhidas pelas trabalhadores, na área do emprego com direitos.
No final da acção, Jerónimo de Sousa destacou o «sentimento generalizado de simpatia, de acolhimento, de saudação, de estímulo», que ali recebeu, o que «tem um grande significado». «Neste espaço de quatro anos viemos aqui muitas vezes, quando os trabalhadores precisaram da intervenção, da solidariedade e da proposta do PCP e da CDU», acentuou, lembrando «as grandes lutas» desenvolvidas na Visteon «em defesa dos direitos e dos salários dos trabalhadores», mas também «contra a precariedade laboral».
Empresários em crise
De Palmela seguiu-se para uma iniciativa com micro, pequenos e médios empresários (PME). António Martins, dono da Fábrica de Tortas Azeitonense, Lda, alertou para a difícil situação que enfrentam os PME e avançou com algumas medidas que gostariam de ver concretizadas na próxima legislatura, como a extinção do Pagamento Especial por Conta; diferenciação fiscal positiva, em sede de IRC, das PME; aprovação de Regime Simplificado de Tributação, com taxas diferenciadas de acordo com os coeficientes técnico-científicos a apurar e publicar, para cada ramo de actividade; redução progressiva das taxas de IVA, reposição da taxa de 13 por cento na restauração, reembolso simplificado e célere do IVA e entrega só após boa cobrança; simplificação do acesso ao crédito bancário regulado por instituição pública, onde a CGD assuma um papel decisivo; e revisão urgente do Decreto-Lei 12/2013, por forma a ter eficácia mínima, junto de quem necessita e tem carreira contributiva.
Apoio
Na iniciativa foi dada a conhecer a existência de uma comissão de apoio à Coligação PCP-PEV composta por 325 PME da região de Setúbal. «Votar na CDU é votar num projecto e na força que se bate por uma política que estimule a produção nacional, por uma fiscalidade mais justa, que acabe com a penalização das PME, que combata o empobrecimento do povo e que tribute de forma acrescida os lucros dos grandes grupos económicos, da banca e combata igualmente a especulação financeira», defendem os empresários.
Opção
Francisco Lopes lembrou que os PME são, assim como os trabalhadores e os reformados, «as principais vítimas da política de direita e do pacto de agressão com a troika, subscrito pelo PS, PSD e CDS, que ao serviço do grande capital suga e esmaga a actividade dos PME».
Na sua intervenção, o primeiro candidato da CDU pelo círculo eleitoral de Setúbal frisou que os PME devem aproveitar os «momentos eleitorais, com a sua opção e o seu voto, para garantir as condições que protejam e dinamizem a sua actividade no plano das grandes decisões a partir do poder político».
Propostas
Jerónimo de Sousa defendeu, por seu lado, que as PME são um dos eixos centrais de uma política económica para criar riqueza e emprego.
Nesse sentido, a CDU defende a prioridade no acesso transparente e simples aos dinheiros do Portugal 2020, fixando um volume garantido de fundos (50 por cento) dos destinados a incentivos empresariais; uma carga fiscal conforme os seus rendimentos e condições estruturais; redução do número e dos custos de taxas e tarifas; aproximação dos preços da energia, comunicações e telecomunicações, seguros e outros factores de produção da média europeia; alteração do arrendamento comercial, garantindo segurança e estabilidade.
A Coligação PCP-PEV reclama ainda uma política de crédito com instrumentos financeiros e condições (garantias, spreads, comissões) para capitalização, investimento ou tesouraria ajustados às pequenas empresas; intervenção da Autoridade da Concorrência contra práticas violadoras da concorrência, o abuso dos grandes grupos económicos; pagamento, nos prazos definidos por lei, das dívidas do Estado; nova legislação para o ordenamento comercial e a regulação do mercado retalhista; concretização do apoio social para pequenos empresários com encerramento forçado das empresas; uma «entidade específica» no Ministério da Economia como interlocutor privilegiado; o tratamento não discriminatório das estruturas do associativismo dos pequenos empresários e a audição obrigatória das suas associações.