Cidade da Juventude

Uma Cidade maior e mais bonita

Construída de raiz nos últimos três meses com o esforço militante de centenas de jovens comunistas e amigos da JCP, a Cidade da Juventude apresentou-se este ano maior, tanto em espaço como em altura. Privilegiou-se os espaços amplos e foi apresentada uma novidade: o Palco AGIT. De sexta a domingo, dia e noite, multiplicaram-se as iniciativas e a Cidade esteve sempre em permanente actividade, uma verdadeira prova da força, da dinâmica e da capacidade de organização dos jovens comunistas.

A Cidade da Juventude assume-se como o espaço de excelência dos jovens comunistas e dos amigos da JCP dentro da Festa do Avante!. Logo à entrada temos uma exposição política. Ali, tal como nos murais envolventes, estão referenciados os principais responsáveis pelos flagelos sociais que atingem hoje a juventude, como é o caso do desemprego, da emigração forçada ou da precariedade. Avança-se os números dramáticos do desemprego jovem e dos jovens que abandonaram o nosso País à procura de uma vida melhor e apresenta-se algumas políticas alternativas às dos últimos 39 anos. Afirma-se que a escola pública tem sofrido sucessivos ataques pelos governos PS, PSD, com ou sem CDS, e assume-se como essencial a luta por uma educação pública, gratuita e de qualidade e pelo trabalho digno e com direitos.

Atrás da exposição funciona a banca de materiais onde se vende t-shirts, camisolas, mochilas, fitas, AGIT e outros materiais da JCP. À frente desta banca ficam dois bares e no lado direito fica o lounge da Cidade da Juventude, bem como o Palco AGIT, uma área ampla e com muita sombra. Subindo no terreno encontra-se o bar multiusos e o Palco Novos Valores. A Cidade da Juventude está maior e tem mais espaços. Os dois palcos estiveram quase sempre em actividade em simultâneo e, a certa altura, ainda se lhes juntou a pintura de um graffiti, pelas mãos de Bana, numa das paredes de um dos três bares, onde se podia ler «Contra o racismo apostamos na Cultura».

Num espaço tão grande, os jovens comunistas e outros amigos da JCP desdobraram-se em muitas tarefas e tornaram esta Cidade mais bonita e ainda mais dinâmica. Às tarefas já habituais nas edições anteriores da Festa do Avante! juntou-se uma que foi novidade nesta edição: as brigadas das selfies, uma equipa vestida a rigor que andava pela Cidade da Juventude a tirar fotografias aos visitantes e a colocá-las nas redes sociais no momento.

Se a Cidade cresceu, é porque a JCP também cresceu e ganha força e ânimo de ano para ano. Durante os três dias da Festa do Avante! juntaram-se mais de duzentos jovens à organização revolucionária da juventude, como afirmou Elsa Severino no seu discurso no comício de Domingo. São mais braços que se juntam à organização revolucionária da juventude na luta por uma sociedade nova e que dão esperança e confiança para o trabalho futuro.


Palco AGIT

Uma das novidades da Cidade da Juventude foi o Palco AGIT, que primou pela variedade e diversidade de iniciativas ali realizadas. Para além de bandas como os DMK, os PHM e os Them Flying Monkeys, ou dos DJ Spaik e DJ Kope que ali actuaram e animaram os visitantes da Cidade, aquele espaço recebeu também um workshop de Danças do Mundo, que encheu o recinto de dançarinos e boas vibes. Este palco foi ainda o espaço onde se recitou poesia de intervenção, mais concretamente Maiakovski e Almada Negreiros, pela voz de Vasco Macedo acompanhada pelo som de um didgeridoo. De seguida abriu-se o palco a quem quisesse recitar poesia para os visitantes. Sofia Lisboa recitou As Portas Que Abril Abriu, de Ary dos Santos, o grande poeta de Abril. A sessão de karaoke no domingo à noite também animou o recinto, com muita gente a querer participar e outros a assistir com entusiasmo. O Palco AGIT teve uma grande estreia e assumiu-se assim como um espaço importante da Cidade da Juventude, com uma dinâmica muito própria e com uma diversidade de actividades que o tornaram bastante apelativo.


Palco Novos Valores

No Palco Novos Valores actuaram quatro grupos convidados (Malabá, NTS, Pista e Projecto Bug) e as nove bandas vencedoras da 18.ª edição do Concurso de Bandas da JCP, que decorreu nos últimos meses e que contou com a participação de mais de cem bandas e artistas nas dezenas de eliminatórias realizadas de Norte a Sul do País. O Concurso é também um espelho da justeza e da necessidade das propostas da CDU para a área da cultura, uma vez que o direito à produção e fruição cultural é cada vez mais posto em causa pelos sucessivos governos PS, PSD, com ou sem CDS. Este concurso e o seu palco na Festa do Avante! têm ganho prestígio de ano para ano, tendo passado por lá bandas hoje consagradas como os Da Weasel ou os Linda Martini.


Debates

A Cidade da Juventude é também um espaço privilegiado para partilhar experiências e esclarecer ideias, não só nas conversas nas esplanadas, mas também marcando presença nos dois debates que ocorreram no Palco AGIT.

No debate «Que seja Agora!», no sábado, com a presença da deputada do PCP Rita Rato, falou-se da necessidade de engrossar a luta pela escola de Abril e pelo trabalho com direitos, e também das propostas da CDU para a solução dos problemas que a juventude enfrenta, como é o caso concreto da criação de um Programa Nacional de Combate à Precariedade. Foi também dada importância às próximas eleições legislativas marcadas para 4 de Outubro, em que se viu ser necessário dar força à CDU para alterar o panorama nacional.

Miguel Mestre, dirigente associativo no Ensino Secundário, afirmou, na sua intervenção, que «a formação nas escolas é cada vez mais incompleta» e que «os alunos são empurrados para o ensino profissional» para que venham a ter salários mais baixos, devido à formação mais deficiente. No entanto lembra que a luta vai continuar, porque a «educação é um direito inalienável de Abril».

Das várias intervenções, ficou claro que é necessária uma verdadeira alternativa às políticas de direita dos últimos 39 anos.

«Está nas nossas mãos», foi o tema do debate de Domingo, que contou com a presença do candidato da Juventude CDU, Duarte Alves. Deste debate amplamente participado resultou uma certeza: «só a luta organizada traz vitórias», como afirmou José Correia, dirigente sindical, para depois dizer que «é esse o nosso papel: organizar os trabalhadores, consciencializa-los e esclarecê-los». O dirigente sindical afirmou ainda que na empresa onde trabalha «o patrão fazia muitas ameaças aos trabalhadores» e que estes perceberam que só com «a luta organizada podíamos mudar as coisas».

Jorge Barata, dirigente associativo no Instituto para o Desenvolvimento Social (IDS), destacou a «importância da democracia nas escolas» e salientou que a acção da JCP e da Juventude CDU trouxe algumas conquistas». Por sua vez, Simão Calisto, estudante do Ensino Secundário, referiu que na sua escola «foi possível conquistar o clube de rádio, apesar de todas as dificuldades criadas pela burocracia e pela direcção da escola», referindo logo de seguida que «está nas nossas mãos lutar e resistir para sermos felizes».

Filipa, dirigente do Teatro do Zero, referiu, na sua intervenção, que «um grupo de jovens se organizou» para fazer parte de uma mudança e para a «inclusão de mais jovens nesta área, bem como para fazer mais pela cultura e pela comunidade». Assevera que «a cultura não é bem tratada no nosso País» e que quem está nesta área «não tem capacidade de sobrevivência, está também nas nossas mãos mantermos a cultura viva no nosso País».

Ricardo Brites, dirigente associativo no ISEL, referiu, por seu turno, que a Associação de Estudantes daquela instituição procura modificar «os estatutos para passar a haver uma maior promoção da democracia e uma maior inclusão dos estudantes na vida associativa» e que dia 4 de Outubro «é dia de levar as lutas travadas até ao voto, porque as políticas têm de ser alteradas». Salientou ainda que «todas estas experiências partilhadas mostram que com a união de todos é possível construir uma nova sociedade». E a JCP e a sua Cidade da Juventude são a prova disso mesmo.




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