Burla gigantesca em curso
Está em curso uma gigantesca burla política, concretizada pelos banqueiros, outros grandes capitalistas e todos aqueles que têm arrecadado o resultado dos roubos e da exploração feitos aos trabalhadores, reformados e pensionistas, aos micro e pequenos empresários. A vítima é o povo português. Quem dá a cara por este autêntico crime são os dirigentes dos partidos da política de direita PS, PSD e CDS.
O programa eleitoral é uma ferramenta útil e muito eficaz a usar nesta importante batalha política
São três as questões centrais deste atentado contra a democracia. Convencer os portugueses de que, no dia 4 de Outubro, vão eleger o 1.º Ministro. É mentira! Vão eleger deputados. Convencer os portugueses de que os projectos do PS e PSD são muito diferentes. É mentira! O País chegou a esta dramática situação fruto das políticas levadas a cabo por uns e por outros. E basta analisar as suas propostas para verificar que tanto PS como PSD não cortam com o pacto de sangue que têm com o grande capital, no sentido de governarem a favor dos seus interesses de classe. Convencer os portugueses de que não existe alternativa. É mentira! Existe uma alternativa clara, patriótica e de esquerda e está à disposição de todos no Programa eleitoral do PCP. Aí encontramos resposta para questões que nos são colocadas todos os dias.
Apenas três exemplos. Onde vão buscar dinheiro para suportar as vossas propostas? E o nosso programa responde:
«Com as propostas que apresentamos de algumas medidas fiscais, com a renegociação da dívida e o resgate das PPP, poder-se-ão obter cerca de 15 mil milhões de euros por ano, quase 10 por cento do PIB para reforçar o investimento público e as despesas sociais».
São propostas importantes, mas o caso da Grécia mostrou que a Europa não deixa concretizá-las. E o nosso programa responde: «Não abdicamos de ser o povo português a ter a palavra decisiva sobre o que quer para o seu futuro. Não delegamos isso, seja na sra Merkel, ou nos senhores Juncker ou Draghi. Se há algo que o processo da Grécia revela é que quem cede à chantagem do chantageador perde sempre». E por isso o governo patriótico e de esquerda em cuja concretização o PCP está genuinamente empenhado, à chantagem e à ameaça, por querer aumentar salários, pensões e reformas, a produção nacional e o investimento público, taxar importações, criar milhares de postos de trabalho, para expulsar da casa dos portugueses a fome e a pobreza e trazer para o controlo público, os sectores estratégicos da economia, suporte e motor fundamental para levar avante este justo e nobre projecto de desenvolvimento económico, não hesitará, enfrentando os chantageadores, em concretizar estas medidas, com a participação e apoio dos trabalhadores, do povo e todas as camadas anti-monopolistas.
E como resolvem o problema do desemprego? O aumento de salários pode conduzir a mais desemprego. E o nosso programa responde: «Falso. É a realidade que o prova: nestes cinco últimos anos qual foi o efeito da redução brutal dos rendimentos e salários dos trabalhadores? Mais emprego e competitividade? Não. O resultado foi meio milhão de empregos destruídos. A questão-chave é a do crescimento económico. Mais produção logo mais emprego, mais contribuições para a Segurança Social, menos despesa com protecção social. Por cada 100 mil desempregados que recuperem o direito ao trabalho, o aumento directo de receitas para a Segurança Social será de 880 milhões de euros. O aumento da receita fiscal será de 1,2 mil milhões de euros. E o PIB crescerá mais 2,7 por cento!»
Numa altura em que o PS, sabendo da situação dramática de cerca de um milhão e 200 mil portugueses, faz tudo para lhe caçar o voto, até colocar em cartazes fotos sem autorização das pessoas, é preciso recordar que, nas eleições em que teve a maioria absoluta, prometeu criar 150 mil postos de trabalho e que o governo quando tomou posse alterou a legislação laboral e o patronato passou a poder despedir mais rápido e mais barato.
O colectivo partidário, a maior riqueza do Partido, tem no programa eleitoral uma ferramenta útil e muito eficaz a usar nesta importante batalha política, as eleições de 4 de Outubro, para informar, ouvir, esclarecer e convencer. E com toda a sua generosidade, entrega, espírito de sacrifício e determinação, já deu provas da sua poderosa capacidade de concretização e transformação. Para bem dos trabalhadores, do povo e do País, com ainda mais militância, com grande determinação e muita confiança, assim será mais uma vez. A luta que vamos ter que elevar a novos patamares precisa!