Greves pelos salários
Para exigirem aumentos salariais de 30 euros por mês e de cinco por cento no subsídio de refeição, os trabalhadores da Logística do Continente (Grupo Sonae) na Maia iniciaram ontem uma série de greves de duas horas. O CESP/CGTP-IN informou que a luta prolonga-se agora até sábado, dia 20, e foi decidida para se repetir em Julho e Agosto.
Igualmente por aumentos dos salários e também por horários que permitam conciliar a vida profissional com a vida pessoal e familiar, decidiram avançar para a greve ao trabalho suplementar, convocada até ao fim deste ano, os trabalhadores a Logística do LIDL, na Marateca (Palmela). Contra a retirada das pausas, resolveram interpor uma providência cautelar para anular a ordem da empresa.
O sindicato acusa muitas empresas de estarem a fazer «jogo sujo», alegando que o aumento dos salários depende das negociações com a associação patronal APED, que há meses devia ter apresentado uma proposta nas negociações, que passaram já à fase de conciliação e têm nova reunião marcada para dia 25. Para os trabalhadores, «a alternativa continua a ser pressionar com luta, nos locais de trabalho», para as empresas «negociarem aumento dos salários e subsídios e resolverem outros problemas, em cada loja e armazém» – como se refere na «Folha Sindical» de Junho, editada pelo CESP para o sector da grande distribuição.
Mesmo assim, em «algumas empresas» com «um número significativo» de trabalhadores foram actualizados este ano salários e subsídios, refere o sindicato, sem especificar, pois «quem não o fez e não quer distribuir melhor a riqueza é que deve ser objecto de denúncia pública».
Com uma adesão de 70 por cento, os trabalhadores da Eurest no refeitório da Autoeuropa fizeram greve, no dias 11 e 12, por aumentos salariais. Um dirigente do Sindicato da Hotelaria do Sul referiu à agência Lusa que a concessionária continua a remeter a negociação salarial para a associação patronal Ahresp. António Barbosa adiantou que foi marcada para hoje, dia 18, uma concentração de pessoal da Eurest, em Lisboa, tanto daquele estabelecimento como de outros, onde há seis anos não são actualizados os salários.
Os trabalhadores da Eurospuma, em Guetim, voltaram a fazer greve ontem e manifestaram-se desde a fábrica até à Câmara Municipal de Espinho, fazendo ouvir o seu protesto por há dez anos estarem sem aumentos salariais. O descontentamento acentuou-se com a intenção da empresa de passar a aplicar um contrato colectivo diferente do que ali vigora há décadas, o que prejudicaria gravemente o pessoal.
O SITE Centro-Norte, sindicato da Fiequimetal/CGTP-IN que tem conduzido a luta (com destaque para dois dias de greve em Maio), recordou que o município também contribuiu para os apoios públicos à Eurospuma, alterando o Plano de Pormenor de Guetim, a troco de um compromisso de criação de dezenas de postos de trabalho, que ainda está por cumprir.