Faltam funcionários nas escolas

Agravou-se neste ano escolar a falta de pessoal não docente nas escolas, sem que haja a necessária resposta do Governo e do Ministério da Educação e Ciência, o que pode levar a Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais a convocar uma greve, entre outras acções de luta, alertou a estrutura sectorial da CGTP-IN, numa carta enviada no dia 6 ao ministro Nuno Crato.

O recurso a contratos de trabalho à hora, por semanas, meses ou pelo período do ano lectivo é considerado ilegal pela federação, uma vez que se trata de funções com carácter permanente, que não devem ser desempenhadas por trabalhadores com contratos temporários, numa tentativa de impor a sazonalidade ao pessoal não docente.

Semelhante condenação merece a prática, que também ocorre noutros sectores da Administração Pública, de recorrer aos contratos de emprego-inserção (CEI e CEI+), «miseravelmente pagos».

Ao aplicar uma política e medidas que «contribuem para a degradação da qualidade da Escola Pública, com custos para toda a comunidade escolar», o ministro e o Governo «visam satisfazer os interesses económicos privados do sector do Ensino». O mesmo objectivo acaba por servir a decisão do Governo de «municipalizar» as escolas da rede pública.

A federação e os trabalhadores não docentes apontaram ao ministro as reivindicações por que persistem em bater-se, nomeadamente:
actualizar a portaria de rácios, para corresponder às reais necessidades de postos de trabalho, pôr fim à sistemática precarização do emprego e preencher os mapas de pessoal;
criar uma carreira especial, que abarque o leque de funções auxiliares e de apoio pedagógico, hoje exigidas aos trabalhadores não docentes;
repor a semana de trabalho de 35 horas.

As questões colocadas ao ministro motivaram um abaixo-assinado, que está a circular nas escolas e que deverá ser entregue ao Governo no início de Fevereiro. Em plenários de trabalhadores, que os sindicatos da federação estão a realizar, são discutidas as acções de luta a concretizar, entre as quais a greve.




Mais artigos de: Trabalhadores

CGTP-IN reafirma <br>linhas de acção

Realizar «uma forte campanha de reivindicações directas, a apresentar às empresas, em articulação com o fortalecimento e alargamento da organização sindical de base» é a primeira das orientações estratégicas saídas do Plenário Nacional de Sindicatos da CGTP-IN.

Empresas confrontadas

Os trabalhadores e os seus sindicatos apresentam propostas reivindicativas, exigem melhores salários e o pagamento do trabalho suplementar pelos valores definidos na contratação colectiva.

Fenprof nega «excedentes»

Perante os perigos do processo de municipalização e a perspectiva de aplicação aos professores do regime de mobilidade especial, o Secretariado Nacional da Fenprof reafirma que todos os docentes são necessários.

Na rua pelas 35 horas

Pela reposição imediata das 35 horas como duração máxima da semana de trabalho na Administração Pública, vai ter lugar uma manifestação nacional, no próximo dia 30, sexta-feira, em Lisboa. A concentração...

Demissão pela saúde

«Não há desculpas para uma política que põe em causa a vida das pessoas», comentou a CGTP-IN, na segunda-feira, a propósito da grave situação nas urgências hospitalares. Para a central, poderiam ter sido evitadas as mortes mais recentes, se problemas como...

Não pode haver esquecimentos

Estava agendada para ontem uma reunião dos sindicatos da administração pública com o Governo para discutir a proposta por este apresentada que cria uma «carreira especial», abrangendo apenas os técnicos superiores do Ministério das Finanças.A proposta...

Desemprego cresceu

«A realidade é mais dramática do que a indicada por estes números», assinalou a CGTP-IN, ao comentar os últimos dados do INE, no dia 7, que mostraram o desemprego a aumentar e o emprego a diminuir. Em Novembro de 2014, a taxa oficial de desemprego foi de 13,9 por cento, contando o...