Maioria PSD/CDS-PP aprova OE para 2015

Escândalos da governação

António Filipe não deixou de registar a circunstância de o Governo terminar o debate do OE com uma composição diferente daquela com que iniciou este processo legislativo, numa alusão à demissão do ministro da Administração Interna, saída esta que considerou não ser de estranhar face ao escândalo que envolve titulares de altos cargos públicos e personalidades próximas de Miguel Macedo.

«O que toda a gente estranha é que os outros ministros, a começar pelo primeiro-ministro, se mantenham nos seus cargos», defendeu o parlamentar do PCP, para quem este é «um Governo em estado adiantado de desagregação», que só está «ligado à máquina» graças ao «irrevogável» Paulo Portas e à «complacência» do Presidente da República.

«O senhor primeiro-ministro que, convencido da infalibilidade das suas escolhas, manteve sempre intocada a confiança nos seus ministro, já viu cair todo o núcleo duro do seu Governo. Caiu o todo-poderoso Miguel Relvas, caiu o intocável Vítor Gaspar, caiu o heterodoxo Santos Pereira, caiu o insubstituível Miguel Macedo, e só a revogação da demissão irrevogável do parceiro de coligação e a complacência activa de Belém, permitem que este Governo se mantenha ligado à máquina, apesar da sucessão de escândalos que marcam a sua governação», afirmou António Filipe no encerramento do debate do OE.

Trazidos por si à colação foram ainda os diversos «escândalos» que, a um ritmo frenético, têm marcado a governação. Escândalos, lembrou, na Justiça, com o «desastroso início de vigência do mapa judiciário»; na Educação, com os alunos dois meses sem aulas; na Defesa Nacional, com a extinção das Oficinas Gerais de Fardamento Equipamento e das Oficinas Gerais de Material de Engenharia; nas Finanças, com a incapacidade do Governo em avaliar os efeitos do Grupo Espírito Santo no sistema financeiro; na Economia, com a liquidação da PT e a «catastrófica decisão de privatizar a TAP»; nos Serviços de Informações, pela «detecção electrónica de escutas telefónicas a pedido do presidente do IRN, ele próprio arguido no processo criminal movido em torno dos chamados vistos gold».

Mas é também o escândalo dos próprios vistos gold, a «manchar a reputação do País», a «criar condições propícias para a ocorrência de casos de corrupção, de branqueamento de capitais ou de procuradoria ilícita», segundo o parlamentar do PCP, que viu neste regime legal, especialmente quando confrontado com o OE, bem a marca deste Governo: «vistos de ouro para estrangeiros ricos, Orçamento de chumbo para portugueses pobres».

 



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