Travar a destruição da REFER
O Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Sector Ferroviário (CGTP-IN) levou a cabo, no dia 15, uma acção de esclarecimento e debate com os trabalhadores da REFER sobre as consequências da fusão da empresa com a Estradas de Portugal.
Num comunicado de apoio à acção, o sindicato afirma que a anunciada estratégia de redução de encargos com as parcerias público-privadas, por parte do Governo, passou por fazer da Estradas de Portugal um buraco sem fundo, que tem 24 mil milhões de euros de encargos directos assumidos com os concessionários privados. Para sustentar a negociata e fazer «dinheiro rápido», alerta o SNTSF, o Governo decidiu fundir à pressa a Estradas de Portugal com a REFER, esperando com essa operação – a venda ao desbarato do património ferroviário nacional, incluindo a REFER Telecom e REFER Engineering, a privatização dos terminais de mercadorias e a concessão de todas as linhas lucrativas da CP – gerar dinheiro no curto prazo, «para continuar a alimentar a banca, os especuladores e os grupos económicos que parasitam o sector».
Aquilo que está de facto a ser desenhado – a destruição da REFER – terá como consequência a degradação das condições de segurança e fiabilidade da circulação ferroviária, a sujeição do Estado aos interesses dos grandes grupos económicos (que ditarão preços e condições), a transformação da empresa numa «enorme gestora de concessões e subcontratações» e o aumento da exploração, com os trabalhadores, sem contratação colectiva, sujeitos a elevados níveis de precariedade, denuncia o sindicato.
Quando noutros países se promove a fusão da infraestrutura com a exploração ferroviária e em Portugal fazia sentido juntar de novo CP, REFER, EMEF e CP-Carga, o Governo avança, sem qualquer discussão pública ou institucional, com a fusão da REFER e da Estradas de Portugal. Assim, defende o SNTSF, cabe aos ferroviários da REFER, unidos, «avançar para a luta para travar este projecto criminoso», que implica a destruição da empresa.