TAP: Governo não aprende

A Comissão de Trabalhadores da TAP não pôde deixar de reparar na advertência feita à empresa pelo secretário de Estado das Infraestruturas, Transportes e Comunicações, Sérgio Monteiro, quando este afirma que espera que a empresa tenha aprendido com os erros deste Verão e não os volte a repetir. Para a CT, estas afirmações dão a entender que o Governo, que foi quem mais prejudicou a TAP nos últimos três anos, nada aprendeu, pese embora os alertas lançados pelos trabalhadores. 
Em comunicado, a CT afirma que aquilo a que se assistiu este Verão «foi sobretudo o culminar de uma interferência inaceitável por parte do Governo, desde o início da legislatura, na gestão da TAP» e que se traduziu na falta de recursos humanos, na saída forçada de profissionais altamente qualificados (por via das reduções salariais e do ataque sistemático aos direitos dos trabalhadores) ou na redução cega das despesas e dos investimentos.
A CT destaca o papel de extraordinária relevância que a TAP tem para a economia nacional, o facto de ser uma das «maiores exportadoras de serviços e um baluarte do turismo em Portugal», cujo crescimento não pode ser alvo de constantes entraves por parte do Governo.
Não se pode gerir uma empresa pública tendo como única obsessão a sua venda a privados: será que o Governo aprendeu alguma coisa com a anterior tentativa de privatização da TAP executada à revelia dos trabalhadores, «que em boa hora se mobilizaram contra esse ataque à soberania nacional»? – pergunta a organização representativa dos trabalhadores.
Toda esta falta de «aprendizagem» do Governo será, porventura, «propositada»: repetir os mesmos erros, as mesmas asneiras até que todo o processo da privatização se apresente como coisa consumada. Os trabalhadores dizem: «não o permitiremos!».




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