Solidariedade anti-imperialista

Pedro Guerreiro

O capitalismo está mergulhado numa profunda crise

A Festa do Avante!, assim como o Seminário Internacional «A Revolução portuguesa e a situação na Europa e no Mundo 40 anos depois» que a antecedeu, constituíram uma importante manifestação de solidariedade anti-imperialista.

Se a forte dimensão internacionalista que marcou a Festa do Avante! se deve, naturalmente, ao significativo e diversificado número de partidos comunistas e de outras forças revolucionárias e progressistas que nela participam de forma fraterna e solidária – incluindo no seu Espaço Internacional –, proporcionando o contacto com as diferenciadas realidades e lutas dos seus povos, ela também se deve à interessada participação nos múltiplos espaços, debates e momentos de solidariedade que aí tiveram lugar, incluindo no grande Comício no Palco 25 de Abril.

Ao longo desses três dias foi afirmada e festejada a solidariedade com Cuba socialista e os cinco patriotas cubanos, contando com a presença de René González; com o povo palestiniano e a sua causa libertadora; com os povos do Médio Oriente vítimas da agressão imperialista; com a Revolução bolivariana e os processos revolucionários e progressistas na América Latina; com o povo da Ucrânia vítima da ingerência dos EUA, da UE e da NATO e da exploração e opressão dos oligarcas e dos grupos fascistas; com o povo colombiano pela resolução justa e negociada do conflito armado, pela conquista da paz e da democracia; com o povo do Saara Ocidental pelo seu direito à auto-determinação; enfim, com a luta dos trabalhadores e dos povos em prol da sua emancipação social e nacional.

Acto de solidária conjugação de vontades, a Festa do Avante! foi uma vibrante demonstração de que, por todo o mundo e em situações muito diversas, os trabalhadores e os povos resistem e lutam em prol dos seus direitos, pela sua libertação do domínio colonial ou de regimes de opressão, pela conquista da liberdade, da democracia, em defesa da soberania e independência nacionais, pelo progresso social, por profundas transformações antimonopolistas e anti-imperialistas, pelo socialismo – resistências, lutas e processos emancipadores que confluindo objectivamente na luta contra o imperialismo se unem num mesmo ideal libertador.

Com plena consciência dos desafios e exigências que a actual situação comporta, confirmando-se os sérios perigos da escalada agressiva do imperialismo, confirma-se igualmente que, apesar de uma correlação de forças ainda desfavorável no plano mundial, está ao alcance das forças anti-imperialistas e da paz conter as arremetidas mais violentas do imperialismo, impor-lhe desaires e recuos e alcançar conquistas e transformações progressistas e revolucionárias. Para o que é determinante o fortalecimento dos partidos comunistas e de outras forças revolucionárias e o reforço da sua unidade e cooperação internacionalista e destes com outras forças progressistas e anti-imperialistas.

O capitalismo está mergulhado numa profunda crise, sendo um sistema marcado por inerentes e insanáveis contradições, por brutais injustiças e chagas sociais, incapaz de corresponder às necessidades, aos interesses e às aspirações dos povos, cada vez mais explorador, opressor, agressivo e predador. Como foi sublinhado no Seminário Internacional que assinalou os 40 anos da Revolução de Abril e projectado na Festa que os comemorou, tal realidade evidencia cada vez mais a actualidade e importância do projecto comunista, a necessidade de uma sociedade nova, do socialismo e do comunismo – que, por diversificados caminhos e etapas, é a grande perspectiva que se coloca aos trabalhadores e aos povos.




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