Professores exigem respeito
A propósito da divulgação, pelo IAVE (Instituto de Avaliação Educativa), dos resultados da «absurda prova de avaliação de conhecimentos e capacidades» (PACC) a que muitos professores foram submetidos, diz a Fenprof, em comunicado emitido no dia 4, que se trata de «mais um capítulo da impante história de um ministro obcecado» e que Nuno Crato «persegue a sua canhestra obsessão por tudo quanto seja ou pareça "exame"», servindo «estratégias de domínio e de subjugação da profissão docente que, como ministro da Educação, cargo que ainda ocupa, devia sentir-se obrigado a respeitar».
Para a federação sindical, a questão não é a da facilidade da praxe e do achincalhamento impostos a milhares de professores, «delapidando dinheiros públicos e trabalho das escolas»; a questão não é haver «pautas repletas de aprovados» (85,6 por cento de um total de 10 220 provas realizadas). O que realmente importa, esclarece a Fenprof, é que a prova é «famigerada, inútil, inaceitável», pelo que se exige a anulação e a revogação da «obstinação» ministerial em impô-la.
É notória a «obstinação vingativa contra quem se opôs, e bem, à humilhação que atinge toda a profissão docente», denuncia a estrutura sindical, que anuncia o apoio «a todas as vias, judiciais ou outras, para que nenhum professor ou educador seja prejudicado devido a esta prova», nomeadamente no que concerne à sua «continuação em concurso (vinculação extraordinária ou contratação)».
Este apoio começa logo por abranger aqueles que não fizeram ou não puderam fazer a prova, sendo a via judicial uma das opções. Por mais que o ministro afirme «que existe "judicialização da educação"», o que há é «uma constante violação de quadros legais, por parte do MEC», que não deixa outra alternativa a esse recurso, conclui a federação sindical.