Pôr cobro ao genocídio
Um voto do PCP de condenação pela «agressão militar de Israel contra a população palestiniana», com a exigência do «seu fim imediato e incondicional», foi chumbado no Parlamento, sexta-feira passada, com os votos contra do PSD, do CDS-PP e de 10 deputados do PS. Acompanharam o PCP no voto favorável o PEV, BE e nove deputados do PS, optando os restantes deputados deste último partido pela abstenção. Um voto apresentado por deputados do PS e do BE, de condenação pela violência na faixa de Gaza, foi igualmente rejeitado com os votos contra da maioria PSD/CDS-PP; o PS voltou a dividir-se, com dois deputados a assumirem o voto contra, cinco a optar pela abstenção e os restantes a votarem favoravelmente.
O voto comunista reclamava do Governo, «em obediência aos princípios constitucionais, uma posição idêntica de condenação da ofensiva de Israel», exigindo, noutro plano, o «levantamento imediato do bloqueio criminoso imposto sobre a população palestiniana da faixa de Gaza e a libertação de todos os presos políticos palestinianos nas cadeias israelitas».
Reafirmada no texto era por fim a necessidade do fim da ocupação israelita dos territórios palestinianos ocupados em 1967 e a defesa do «direito inalienável do povo palestiniano à constituição de um Estado livre e soberano com Jerusalém Leste como capital».
No breve debate que precedeu a votação, Bruno Dias, em nome do PCP, classificou a agressão israelita como «um genocídio e um crime contra a humanidade», enquanto as bancadas à direita, pela voz de Filipe Lobo d´Ávila (CDS-PP) e António Rodrigues (PSD), sob uma falsa equidistância e neutralidade, pondo vítimas e algozes em pé de igualdade, atribuíam responsabilidades aos dois lados do conflito.