Organizar a resistência e a luta
Nas empresas e locais de trabalho, construindo a resistência e mobilizando para a luta em defesa dos direitos, o PCP assume-se como o partido dos trabalhadores.
É no local de trabalho que mais se sente o confronto de classes
Num comunicado dirigido aos trabalhadores dos contact centers da Vodafone, o PCP chama a atenção para o contraste existente entre a «forte campanha promocional» levada a cabo pela empresa – tanto para fora como para dentro – e a realidade laboral concreta existente: os trabalhadores destes centros ganham nada mais nada menos do que o salário mínimo nacional (485 euros). Do outro lado, a unidade portuguesa da Vodafone obteve resultados operacionais de 171,8 milhões de euros e lucros de 14,094 milhões de euros.
Ou seja, alerta o PCP, «enquanto um operador de call center recebe cerca de 2,7 euros/hora, a Vodafone fez de lucro milhares e milhares de euros por hora. Assim, resume-se no comunicado, «todos colaboramos, mas uns andam a ganhar muitos milhões à custa dos salários miseráveis dos outros». O caminho para alterar esta situação é o da luta organizada, afirma o PCP, dando o exemplo dos trabalhadores dos Armazéns Sonae, na Azambuja: se há um ano apenas 30 por cento deles eram efectivos, hoje, graças à luta, a maioria destes trabalhadores, anteriormente contratados através de empresas de trabalho temporário, passaram a ter vínculo à Sonae.
Num outro comunicado, dirigido aos trabalhadores dos call centers do sector dos Seguros, o PCP apela à unidade, à luta em defesa dos direitos e da melhoria das condições laborais no sector e à sindicalização. Para o Partido, se os operadores dos call centers trabalham de forma permanente para a mesma companhia de seguros devem ser considerados trabalhadores do sector, mesmo que os seus contratos tenham sido assinados com empresas de trabalho temporário: «Não podemos correr o risco de a empresa seguradora mudar de empresa de recursos humanos e rasgarem os nossos contratos, regressando novamente ao trabalho para a mesma seguradora (como acontece!) com a antiguidade a zero ou sermos despedidos para depois a empresa recrutar alguém exactamente para a mesma tarefa (o que é ilegal!), ou existirem colegas com as mesmas funções com remunerações base diferentes.»
Travar a ofensiva
Na Simarsul, a célula do PCP reafirma a sua oposição à privatização da empresa, englobada na chamada «reestruturação» do Grupo Águas de Portugal. Este processo, garante o PCP, «baseia-se por um lado em ataques aos direitos e salários dos trabalhadores e por outro em fusões orgânicas de empresas, visando não a melhoria do funcionamento das empresas e sistemas mas unicamente a resposta aos objectivos do grande capital». É, portanto, a «antecâmara para a privatização».
Garantindo que o sector das águas e resíduos não precisa de reestruturação, o PCP aponta o caminho da luta dos trabalhadores pela exigência das reivindicações constantes no seu caderno reivindicativo e pela negociação de um acordo colectivo de trabalho.
Em comunicado distribuído aos trabalhadores do Centro Nacional de Pensões – serviço do Instituto da Segurança de âmbito nacional –, o Sector da Função Pública da ORL do PCP denuncia o novo ataque do Governo PSD/CDS-PP aos trabalhadores da administração pública com a aprovação da chamada Lei Geral de Trabalho em Funções Públicas, revelando as propostas que levou à Assembleia da República.
Aos trabalhadores da loja do Pingo Doce da Estrada da Luz, em Lisboa, o PCP distribuiu um comunicado em que denuncia a discriminação de que alguns são alvo, no que diz respeito a dias de descanso. Exigindo o respeito pela igualdade de direitos entre trabalhadores do mesmo local de trabalho, o PCP apela à continuação da luta e à solidariedade dos clientes.