Valorizar o património e a memória
O PCP apresentou, na Assembleia da República, a proposta de criação do Museu Nacional da Indústria Naval, a ser instalado em Almada.
No estuário do Tejo, a construção naval remonta ao século VII a.c.
A proposta do PCP parte da convicção de que a «indústria naval tem de ser defendida, no património da sua memória e, também, nas potencialidades do seu futuro». É nesta perspectiva de desenvolvimento de um «sector com uma tradição e inovação e de vanguarda técnica, consolidada ao longo dos séculos no saber dos seus trabalhadores», que o Grupo Parlamentar do Partido insere a sua intenção de instalar, na frente ribeirinha do Tejo, no concelho de Almada, o Museu Nacional da Indústria Naval.
Numa nota divulgada no sítio da Internet da Direcção da Organização Regional de Setúbal do PCP, precisa-se que a valorização desse saber e dessa evolução histórica «passa também por promover o importante acervo que é possível e necessário recolher, conhecer e divulgar. Uma política cultural que valorize o património é fundamental para a salvaguarda da dimensão histórica e igualmente para a projecção da indústria naval enquanto actividade determinante para o futuro do País».
No concreto, o PCP propõe um quadro legal «muito simplificado», que crie a base jurídica que possa servir de matriz para o processo de instalação do Museu, a definição das suas atribuições e competências e as regras básicas que permitam o seu lançamento. Como atribuições do futuro Museu Nacional da Indústria Naval, o PCP propõe a recolha de máquinas, equipamentos, instrumentos, ferramentas, bem como de «todos os materiais, incluindo os documentais, relacionados com a indústria de reparação e construção naval em Portugal» (que remonta, no estuário do Tejo, ao século VII a.c.) e a recolha audiovisual, arquivística e museológica de testemunhos materiais e outros. O PCP pretende ainda que o Museu possa contribuir para suscitar o interesse do público pelos aspectos históricos que representam a herança cultural da indústria naval e para promover, «designadamente através de exposições, colóquios, seminários, publicações, visitas guiadas e conferências o conhecimento acerca das formas culturais promovidas pela industrialização e o desenvolvimento tecnológico, bem como do carácter social das épocas a que as mesmas estão vinculadas».
Este museu, como o PCP o entende, «não pode ser de modo algum confundido com quaisquer propósitos de grandes projectos centralizados e megalómanos». A sua instalação em Almada, por razões que são evidentes, não deverá negar o carácter polinucleado do museu, «convidando à descoberta de novos percursos, potenciando a fruição de zonas ribeirinhas, aproveitando aliás espaços que já existem e que podem ser integrados neste projecto».
Ramal da Lousã
Entretanto, também no âmbito parlamentar, o Secretariado da Direcção da Organização Regional de Coimbra do PCP emitiu um comunicado esclarecendo a posição acerca da votação de um projecto de resolução sobre o Metro Mondego. O voto contra do PCP, afirma a DORC, prende-se com a defesa da reposição dos carris, da electrificação e modernização do ramal da Lousã e de mais financiamento para os SMTUC, tudo aquilo que o projecto em causa não contempla ou nega. O PCP reafirma, no comunicado, a sua oposição de sempre à implementação do Metro Mondego, considerando-o o responsável pela destruição do ramal da Lousã.
Para os comunistas, o Metro não se adequa às características da linha e às necessidades dos utentes, visto que o ramal é uma linha de montanha e o Metro ligeiro é um transporte urbano. Além disso, sustenta, é uma solução mais cara para os utentes, com menos velocidade de circulação, sem capacidade de transporte de mercadorias nem ligação à rede ferroviária nacional e sem possibilidade de continuação da linha. O PCP continua, assim, a defender a modernização e electrificação do ramal da Lousã e a sua ligação à rede ferroviária nacional.