CDU sem comparações
Évora, Vendas Novas e Montemor-o-Novo foram os concelhos por onde passou, no dia 15 de Maio, João Ferreira, cabeça de lista da CDU às eleições para o Parlamento Europeu (PE).
Não têm credibilidade aqueles que andam a prometer a mudança
Depois de uma visita ao Pólo da Mitra da Universidade de Évora e de um almoço com agentes educativos no Monte Alentejano, o candidato rumou a Vendas Novas. «Lá, no PE, nos últimos cinco anos, decidiu-se muita coisa que aqui, em Portugal, sentimos na pele todos os dias», afirmou no Centro de Convívio de Reformados, Pensionistas e Idosos do concelho, referindo-se, por exemplo, aos sucessivos ataques que têm sido feitos aos mais idosos.
Na sua intervenção, João Ferreira deu ainda a conhecer o trabalho realizado pelos dois deputados do PCP no PE, que «foi quase maior do que o dos outros partidos todos juntos». «Se tivéssemos sido mais, mais força teríamos para defender os interesses do nosso País e do nosso povo», afirmou, apelando: «Todos aqueles que estão descontentes, que protestam contra a situação que hoje temos, e são muitos, só têm razões para reforçar a CDU».
Políticas de continuidade
De volta ao concelho de Évora, o candidato encabeçou uma acção de contacto com a população e com os comerciantes desta cidade. A ele juntaram-se António Jara, mandatário distrital, João Lopes, candidato ao PE, João Oliveira, deputado do PCP na Assembleia da República, João Pauzinho, responsável pela Direcção da Organização Regional de Évora do PCP, e João Dias Coelho, da Comissão Política do PCP. Presentes estiveram ainda Carlos Pinto Sá e Abílio Fernandes, presidente e antigo presidente da Câmara Municipal de Évora, respectivamente.
No Largo de Camões, depois da intervenção de António Jara, que salientou a necessidade de «mostrarmos a nossa indignação para com as políticas do chamado arco da desgovernação», a cargo do PS, PSD e CDS, João Lopes acusou os partidos da troika de levarem a cabo «o definhamento, a destruição da capacidade produtiva, o desemprego, a emigração e a miséria».
«Foram os governos do PS que promoveram o encerramento de escolas e de serviços públicos no distrito de Évora. Políticas que hoje têm continuidade, com o aval do PS, no encerramento de três dezenas de escolas básicas, de dez serviços de Finanças e dos tribunais de Arraiolos e do Portel», denunciou, lembrando que o PS é ainda responsável pela «desregulação laboral, que abre portas ao encerramento e deslocalização de empresas», de que é exemplo o despedimento colectivo na Kemet.
Somos diferentes!
Por seu lado, João Ferreira voltou a lembrar o seu desafio aos partidos da troika: «Digam que votos diferentes tiveram no PE, que decisões – PS, PSD e CDS – votaram de forma diferente. Não basta agora, em período de eleições, andarem a discutir e a fingir que têm divergências insanáveis».
«Não respondem, nem podem responder, porque votaram sempre juntos. Também por isso, não têm credibilidade aqueles que hoje andam por aí, novamente, a prometer a mudança», frisou João Ferreira, sublinhando que «quem olhar para o trabalho da CDU, sem preconceitos ou ideias feitas, vê que não tem comparações».
«Também por aqui somos diferentes, porque não hesitamos em defender os interesses do País e do povo, custe o que custar», disse, adiantando: «Encontrarão na CDU uma força diferente dos que são todos iguais, a força imprescindível para a verdadeira mudança, que cada vez mais portugueses desejam na vida nacional».
Defender o País
O périplo pelo distrito terminou em Montemor-o-Novo, num jantar que reuniu mais de uma centena de pessoas. Ali, acompanhado por Hortência Menino, presidente da Câmara Municipal, e João Lopes, o candidato deu a conhecer que a CDU tem propostas para a «defesa dos interesses do País e do povo» e «está em condições de dar esperança e construir um futuro melhor para todos». «Nos últimos cinco anos, no PE, os deputados do PCP apresentaram muitas centenas de propostas e de propostas de alteração a regulamentos, a legislação, a relatórios, que lá [no PE] foram discutidos e aprovados. PS, PSD e CDS votaram contra muitas dessas propostas, algumas delas imprescindíveis para a defesa dos interesses nacionais, nas mais diversas áreas de actividade», informou, particularizando o sector da agricultura, com mais de uma centena e meia de propostas.
Algumas delas, por serem necessárias, voltarão a ser apresentadas pelo PCP, nomeadamente a «instituição de um princípio de preferência nacional, que permita aos países, como Portugal, que enfrentam persistentes défices no plano agro-alimentar, criar quotas de comercialização obrigatória de produção nacional».
João Ferreira adiantou ainda outras medidas como «a criação de quotas e direitos de produção, instrumentos fundamentais para recuperarmos o nosso direito a produzir e desenvolver a nossa produção», como «margens máximas de intermediação que garantam preços justos ao produtor» e, entre outras, como «a instauração de um seguro público, agrícola, financiado por fundos da União Europeia que garanta protecção aos agricultores em caso de catástrofes naturais».