Defender a agricultura nacional
Duas centenas de agricultores participaram anteontem, dia 6, num almoço da CDU na Guarda, onde estiveram presentes os candidatos João Ferreira e Mário Martins.
PS, PSD e CDS têm atacado a agricultura nacional
De cara levantada. É assim que os candidatos da CDU se apresentam perante aqueles que vivem do trabalho agrícola, porque têm atrás de si uma intensa e qualificada intervenção em defesa da pequena e média agricultura. De facto, e uma vez mais ao contrário de PS, PSD e CDS, os deputados do PCP no Parlamento Europeu foram os que mais se bateram contra uma nova reforma da Política Agrícola Comum (PAC), que trouxe mais apoios para os grandes agrários, a manutenção das ajudas desligadas da produção, o fim das quotas do leite e outras medidas contra a pequena agricultura.
Esta intervenção materializou-se em mais de uma centena e meia de propostas de alteração propondo a inversão profunda do rumo das últimas reformas da PAC apoiadas com entusiasmo por PS, PSD e CDS e orientadas para a desregulação e liberalização dos mercados, a sujeição às regras da OMC e a promoção de modelos de produção intensiva. À custa da ruína de milhares de agricultores.
De facto, desde a integração de Portugal na CEE mais de 300 mil explorações agrícolas foram arruinadas e mais de um milhão de hectares de terra permanece por cultivar. O resultado, óbvio, foi o brutal aumento das importações de produtos alimentares que poderiam ser produzidos no País. A opção de sucessivos governos do PS, PSD e CDS – e dos seus deputados nas instituições nacionais e europeias – tem sido a de atacar a pequena e média agricultura, promovendo e permitindo o aumento do preço dos factores de produção e do crédito bancário e o esmagamento dos preços pagos aos produtores imposto pela grande distribuição.
Anos de retrocesso
Durante a vigência do pacto de agressão cozinhado entre o PS, PSD e CDS e a troika estrangeira, os agricultores estiveram uma vez mais debaixo de fogo, penalizados com novas imposições fiscais e com mais e mais acentuados cortes no apoio ao investimento.
Valorizando a luta dos agricultores, nomeadamente a grande manifestação de 3 de Abril em Lisboa, promovida pela CNA, João Ferreira afirmou que ela deve prosseguir e ser «levada até ao voto» nas eleições para o Parlamento Europeu. Os agricultores, concluiu, têm a oportunidade de, com o seu voto, penalizar «aqueles que têm prejudicado a agricultura» e, ao mesmo tempo, reconhecer e dar mais força aos que sempre a têm defendido.